Salários em conformidade com produtividade

Na Índia, a Associação de Exportadores de Vestuário pediu à Comissão do Trabalho que fizesse variar os salários dos trabalhadores têxteis em conformidade com os seus níveis de produtividade, no sentido de impulsionar a produção. De acordo com uma notícia avançada pelo site just-style, a associação de exportadores pede uma legislação do trabalho mais “realista” e “equilibrada” que seja justa para os empregadores e para os trabalhadores e que contribua para beneficiar aqueles que mais trabalharem e penalizar a ineficiência. Na base deste pedido estão algumas conclusões apontadas pelos exportadores resultantes de um estudo sobre a produtividade no sector Têxtil e do Vestuário indiano. Os exportadores apresentaram um relatório de estatísticas à Comissão do Trabalho, onde apontavam que apesar do preço por hora de trabalho na Índia ser apenas 10% mais baixo do que na China, a eficiência indiana era 35% mais baixa que a chinesa. Outra das estatísticas apontadas é a do preço relativo do custo por hora de trabalho, que na Índia é de 0.73 dólares na Índia (170 escudos) enquanto que na China é de 0.43 dólares (100 escudos). Esta diferença faz com que a Indústria Têxtil indiana seja 40% mais cara que a chinesa, conluiem os exportadores. No contexto actual de globalização e consequente aumento da competição, só a eficiência a par da qualidade pode assegurar a sobrevivência, pode ler-se no relatório. A produtividade indiana no sector do vestuário é considerada pobre quando comparada com a dos países vizinhos como a China, Sri Lanka e Bangladesh. Nestes países, as estatísticas mostram que os operários produzem cerca de 20 a 22 camisolas por dia, ao passo que na Índia só produzem 10. A Associação de Exportadores de Vestuário argumentou que as pausas de trabalho e as greves deveriam ser banidas das fábricas de vestuário para a exportação, à semelhança do que acontece no Sri Lanka no Bangladesh e em outros países asiáticos. A percentagem de participação indiana no comércio global de vestuário é de 2.86%, enquanto que a de Hong Kong é de 24.05% e a da China de 16.17%. Uma das conclusões apontadas no relatório da Associação de Exportadores de Vestuário é que, com a abolição das quotas de exportação para 2005, a percentagem de exportação indiana vai baixar se não forem tomadas medidas imediatas para aumentar a qualidade, a produtividade e a competitividade. Os exportadores sublinharam a importância das exportações de vestuário para a economia nacional na medida em que significam 14% do total das exportações da Índia. No ano passado o valor das exportações deste sector foi de 5.5 biliões de dólares, cerca de 1.287 biliões de escudos.