Riopele desvenda MetaReal

A empresa apresenta hoje, na QSP Summit, a sua primeira coleção no metaverso, batizada MetaReal. Enquadrada numa aposta para a transição digital que conta já mais de uma década, a iniciativa surge na sequência dos projetos de digitalização de amostras e prototipagem virtual de produtos.

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Apesar de só agora estar a ganhar popularidade, o metaverso não é uma novidade para a empresa, que trabalha com tecnologias deste tipo há cinco anos, segundo Rui Oliveira, diretor de sistemas de informação da Riopele. «Apesar do termo ter ganho popularidade recentemente, as tecnologias subjacentes já existem há muito. Podemos citar por exemplo o controlo e acompanhamento de produção em tempo real numa das nossas “fábricas”, através do metaverso, projeto esse que já se encontra operacional desde 2018», afirma.

Designada MetaReal porque «a nossa convicção é que o físico e o digital não são mutuamente exclusivos, mas sim complementares», a coleção no metaverso, que será apresentada pela primeira vez ao público esta quarta-feira na QSP Summit, que decorre na Exponor, «surge na sequência dos nossos projetos de digitalização de amostras e de prototipagem virtual de produtos», explica Rui Oliveira. «Nesse sentido, o que queremos mostrar é um Metaverso Riopele, onde clientes, fornecedores e parceiros podem ver a aplicabilidade dos nossos tecidos neste mundo digital. Este é um projeto que colocará no Metaverso Riopele todas as ferramentas para os nossos clientes analisarem as nossas coleções, verificarem as funcionalidades e efeito visual dos nossos tecidos em peças digitais com elevado realismo e, caso não tenham equipas internas de execução de amostras digitais, possam recorrer à nossa tecnologia para entrar nesta nova era», acrescenta.

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O diretor de sistemas de informação destaca que «o metaverso irá trazer ganhos em termos de rapidez de desenvolvimento de coleções, eliminará os desperdícios da cadeia de valor da indústria têxtil e do vestuário, promovendo a sustentabilidade por essa via, e melhorará a capacidade de oferta de coleções adequadas a cada cliente de forma custo-eficiente».

Ao Portugal Têxtil, Rui Oliveira salienta que «estamos atualmente numa fase de mudança de paradigma na fileira moda e indústrias conexas. Na Riopele estamos cientes dessas mudanças e da importância que a tecnologia, o digital e as novas práticas de gestão vão ter nesse futuro. Utilizaremos agora, como no passado, a aposta na inovação e na digitalização do nosso negócio para reforçarmos a liderança nos mercados onde atuamos. Sempre aliando a tradição à inovação».

Uma década na transição digital

A transformação digital é uma aposta de longo prazo da produtora de tecidos, que há cerca de 10 anos lançou o projeto Riopele Digital para «aumentar a flexibilidade, a resiliência, a eficiência e a rapidez da empresa», aponta o diretor de sistemas de informação.

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O projeto abrange toda a cadeia de valor, dos processos produtos à área financeira, recursos humanos e área comercial. «Podemos dizer que a Riopele se orgulha de integrar verticalmente todo o processo produtivo de forma física e digital. Seria impensável, atualmente, termos os níveis de eficiência, de rapidez de resposta e de diversidade de oferta sem tecnologias e sistemas de informação que integrassem todo o processo da rama, ao tecido e do tecido ao vestuário», refere Rui Oliveira, lembrando que a empresa foi a primeira a nível mundial a ter o ERP SAP do fio ao vestuário. «Com o Riopele Digital, todos os processos da empresa estão cobertos por tecnologia e temos levado à prática os conceitos de Indústria 4.0, prototipagem digital, business intelligence, machine learning e artificial intelligence», conclui.