Revolucionários da moda

Responsável pela criação de peças que marcaram inegavelmente a moda contemporânea, a Dolce&Gabbana está a comemorar os 20 anos de uma carreira repleta de êxitos com uma exposição no Palazzo Marino, sede da Prefeitura de Milão, que ilustra a evolução da dupla formada por Domenico Dolce e Stefano Gabbana na moda masculina. Os estilistas que se estrearam no competitivo mundo da moda em 1985, com uma colecção feminina, diferenciaram-se ao lançar – cinco anos mais tarde – uma colecção dedicada ao segmento masculino. «Começamos a criar roupa de homem porque na altura não havia nada de que gostássemos e pensamos que poderíamos fazer história», explicou a dupla que recriou o “piccioto” (homem típico da Sicilia) que passeava com prepotência e vaidade pelas ruas de Palermo, com as suas camisas brancas e calças de cintura alta, e tradicional “coppola” (boné). «Naquela altura, esta colecção foi uma grande evolução, na medida em que antigamente os homens apenas se vestiam com roupas clássicas e a moda era considerada algo só para homossexuais ou extravagantes», complementaram Domenico Dolce e Stefano Gabbana que, em 1991, receberam o prestigioso Prémio Woolmark como estilistas mais inovadores do ano. A partir desse momento, a Dolce&Gabanna passou a ser considerada um dos maiores nomes da moda, combinando a elegância das peças clássicas com uma dose concentrada de modernismo extravagante. De igual forma, Domenico Dolce e Stefano Gabbana foram os primeiros estilistas a “tirar proveito” do protagonismo das estrelas de futebol italiano, para incrementar as suas vendas e visibilidade. A exposição comemorativa dos 20 anos da marca no segmento de homem, baptizada “DG Victim – 20 Years of Dolce & Gabbana”, invadiu a Praça de La Scala com telas em forma de cubo que mostrarão imagens de todas as histórias vividas nas passerelle masculinas. Por outro lado, no Palazzo Marino, sede da Prefeitura de Milão, é apresentada uma retrospectiva dos 20 anos de carreira da marca. «Cedemos este espaço para exposição, ao contrário do que é habitual, uma vez que temos em conta tudo o que os estilistas [Domenico Dolce e Stefano Gabbana] fizeram por Milão e pelo “Made in Italy”», concluiu Giovanni Terzi.