Segundo a Associación Empresarial de Comercio Textil y Complementos (Acotex), o volume de negócios dos retalhistas de artigos e acessórios de moda espanhóis contraiu-se 6,5% durante 2009. Os 18.500 milhões de euros de volume de negócios registados durante o ano passado, motivados pela retracção do consumo, levaram este sector retalhista para valores similares aos registados 10 anos antes, no ano de 1999. Este decréscimo veio, assim, agravar a queda, ainda maior, registada em 2008. No ano de início da crise financeira e económica mais violenta das últimas décadas, as vendas de artigos de moda tinham caído 11,2%, para os 19.850 milhões de euros. Para o presidente da Acotex, Borja Oria, a situação, apesar de preocupante, parece ter começado a inverter-se no final do ano passado. Apesar dos valores de vendas serem ainda inferiores aos registados nos três anos anteriores a 2009, a tendência de queda começa a amenizar-se. Os valores de Dezembro último foram apenas 1,5% menores que os registados no período homólogo de 2008. Para o presidente da patronal espanhola do retalho de moda, este sector é um dos que melhor está a reagir à mudança do ciclo económico, visto a sua capacidade de adaptação às mudanças dos hábitos de consumo ser parte integrante da cultura e modus operandi do sector. No entanto, segundo este responsável, as restrições ao crédito impostas pelos agentes financeiros está a impedir a recuperação de muitas empresas e tem-se transformado numa das principais causas das muitas falências acontecidas. A queda de 6,5% registada durante 2009 foi igual à registada no primeiro semestre do ano, demonstrando que a economia e o consumo espanhol estão a reagir de forma mais lenta à retoma que se verifica em muitos países europeus. Na altura da divulgação dos resultados da primeira metade do ano, a Acotex, alertava para a continuação das perdas em termos de volume de negócios, mas previa uma redução no ritmo de contracção. De acordo com a associação, as tipologias de espaços de retalho de moda com mais sucesso em Espanha são os hipermercados e as grandes cadeias de retalho de moda como a Zara, a Mango e a Cortefiel. As lojas multimarca continuam a perder terreno face às outras duas tipologias de comércio.