Retalho canadiano à venda

Existem muitas razões pelas quais os retalhistas canadianos se tornaram tão atractivos: o robusto mercado de retalho do país, uma economia saudável, a enorme proximidade ao mercado dos EUA, o idioma em comum e a valorização mais baixa das empresas canadianas. Mas por que razão um retalhista dos EUA precisa de adquirir uma cadeia canadiana para abrir uma loja? A escassez de imóveis em grandes cidades canadianas torna as aquisições de empresas com espaços de retalho o caminho mais seguro para a entrada de estrangeiros. Essa foi a razão para a Target, o segundo maior retalhista dos EUA, chegar a um acordo de 1,87 milhões de dólares em Janeiro último para assumir o controlo de 220 lojas Zellers, propriedade da Hudson’s Bay, a empresa mais antiga da América do Norte. A opção marcou o crescente interesse das empresas dos EUA pelo mercado canadiano, onde a Wal-Mart Stores possui uma significativa presença de quase duas décadas. Com este novo apetite pelas empresas canadianas, têm surgido especulações sobre quais os próximos alvos de compra. Fontes contactadas pela Reuters revelaram que as próximas aquisições podem também incluir o retalhista de vestuário Tristan e a cadeia de produtos desportivos Forzani Group. O retalhista de vestuário Le Chateau explorou opções estratégicas há alguns anos e a Jacob, uma cadeia de moda feminina, pediu protecção contra a insolvência no ano passado. Quando a Wal-Mart entrou no mercado canadiano em 1994, fê-lo através da aquisição de cerca de 120 lojas da cadeia Woolco, pertencente à canadiana Woolworth. A Best Buy adquiriu a Future Shop, em 2001. Assim, não é nenhuma surpresa que a Target, conhecida pelos seus produtos baratos, mas elegantes e com mais de 1.700 lojas em 49 estados dos EUA, tenha escolhido optar por esta estratégia. Entre os grandes retalhistas dos EUA sem uma presença no Canadá encontram-se referências como JC Penney, Kohls, Walgreen e Macy’s. No entanto, as aquisições não são o único modo de expansão no Canadá. Para os que optam pela via mais lenta, podem tentar desenvolver os seus próprios pontos de venda, frequentemente com um sócio. Entre as empresas que optaram por expandir-se desta forma estão a Gap Inc, Hennes & Mauritz e Zara. No debate sobre quem poderá ser adquirido, uma empresa que a maioria concorda não estar nessa lista é a Lululemon Athletica, retalhista de vestuário que tem visto o valor das suas acções mais do que duplicar, tornando a sua compra demasiado cara.