Resultados da Farfetch surpreendem

O volume de negócios da retalhista de moda de luxo aumentou 8% no primeiro trimestre do ano e surpreendeu os analistas, levando as ações a subirem mais de 17% após a comunicação dos resultados. Apesar do prejuízo registado nos primeiros três meses, as perspetivas para o resto do ano da Farfetch são positivas.

José Neves [©Farfetch]

A empresa fundada por José Neves registou um volume de negócios de 556 milhões de dólares (cerca de 513 milhões de euros) entre janeiro e março deste ano, representando um aumento de 8,1%, equivalente, a 41,6 milhões de euros, face ao mesmo período de 2022.

Em termos de volume bruto de vendas, a Farfetch registou na sua plataforma digital uma descida de 1% em termos anuais, para 799,7 milhões de dólares, enquanto as vendas na plataforma de marcas subiram 10%, para 109,7 milhões de dólares.

Os resultados líquidos após impostos baixaram 903 milhões de dólares em termos anuais, para um prejuízo de 174,3 milhões de dólares, em comparação com os lucros de 728,8 milhões de euros registados no primeiro trimestre de 2022.

Os resultados ficaram acima das expectativas dos analistas, que estimavam um volume de negócios de 515,5 milhões de dólares, e, horas depois do anúncio, o valor das ações da Farfetch, cotada na bolsa de valores de Nova Iorque, subiu 17%

«Estou muito satisfeito por comunicar que a Farfetch regressou ao crescimento no primeiro trimestre de 2023», declara, em comunicado, José Neves, fundador, presidente do conselho de administração e CEO da empresa, para quem estes resultados «representam o primeiro passo para atingirmos o nosso plano para 2023».

José Neves destaca o crescimento nos EUA e na China, «os nossos dois maiores mercados», assim como as encomendas no Farfetch Marketplace que «indicam a força e resiliência do nosso negócio principal».

Tudo isso, «para além dos nossos lançamentos recentes da Ferragamo e da Reebok, com o grupo Neiman Marcus a caminho para o segundo semestre do ano, e o progresso que estamos a fazer na nossa rentabilidade e iniciativas de liquidez, confirmam que continuamos no rumo certo para cumprir o nosso plano para 2023», sublinha.

Uma ideia confirmada também por Elliot Jordan, diretor financeiro da Farfetch. «Navegamos com sucesso desafios macro sem precedentes e através de uma execução continuamente focada, continuamos no caminho certo para termos um ano de crescimento acima do mercado do luxo, um regresso aos lucros e uma liquidez positiva», sustenta.

Os objetivos para médio e longo prazo mantêm-se, assume José Neves, «incluindo a nossa missão de sermos a plataforma líder mundial para a indústria do luxo de mais de 360 mil milhões de dólares. Acreditamos que estamos numa posição única para perseguir esta oportunidade e demonstramos um percurso de forte crescimento ao longo dos anos, tendo aumentado o volume bruto de vendas a uma taxa três vezes superior à da indústria entre 2019 e 2020. Estou extremamente confiante na nossa capacidade de continuar a expandir a nossa abrangência nesta indústria resiliente do luxo e nas nossas perspetivas de conseguir uma rentabilidade e liquidez sustentada nos próximos anos».

Campanha primavera-verão 2023 da Farfetch [©Farfetch]