Remoção de quotas impulsiona exportações chinesas

As importações chinesas tiveram um aumento desde o inicio do ano nos artigos em que a administração americana removeu as suas quotas têxteis. Isto é um claro sinal de que as exportações chinesas de têxteis e vestuário podem ser impulsionadas pela eliminação de todas as quotas, a 1 de janeiro de 2005. Agindo em consonância com o acordo da OMC sobre os têxteis e vestuário, Washington removeu os limites a uma série de produtos têxteis, desde 1 de Janeiro deste ano. Alguns dias antes, a China juntou-se à OMC, beneficiando assim da eliminação das quotas. Estatísticas de importação relacionadas com artigos livres de quotas mostram um impacto significativo destas últimas liberalizações no comércio têxtil. Por exemplo, na categoria 350 (roupões de banho, combinações, etc) onde todas as quotas foram removidas, as importações da Republica Popular da China mais do que triplicaram nos primeiros quatro meses do ano, em comparação com o mesmo período no ano passado. As importações totais aumentaram 11,51% em termos de volume nesta categoria. As entradas da China, que já se encontravam num nível alto, subiram 334%. Como resultado, a China é agora a número um no mercado americano, à frente da Turquia e do Paquistão. Em 2001, a Turquia era de longe o maior fornecedor com um nível de remessas quatro vezes superior ao de entregas da China. Nesta categoria, o limite anual de 198.468 dúzias, que foi imposto no ano passado para as exportações da China, já tinha sido excedido em Abril (227.820). As importações da Turquia e do Paquistão aumentaram em termos de volume (+12,24% e 28,64% respectivamente). Já as remessas do Bangladesh caíram cerca de 42,39% no período compreendido entre Janeiro e Abril, confirmando os receios dos fabricantes de vestuário deste país, mesmo antes da remoção das quotas em 2005. Na categoria 369, as importações da China praticamente duplicaram. Nesta categoria os limites foram removidos a uma vasta série de toalhas, panos de mesa, cobertores e certos cortinados. Até agora, e mesmo beneficiando do tratado de NAFTA, o México é o país que mais perde nesta categoria, com uma queda de 10% nas suas remessas para os EUA. Numa vasta série de outras categorias nas quais as quotas serão mantidas até Janeiro de 2005, a China prevê atingir os limites antes do final do ano. Como consequência da queda nos preços praticados pelos exportadores chineses, o volume de vendas aumentou substancialmente desde o início do ano. Este é um claro sinal de que as remessas vindas da China para os EUA podem explodir em 2005, forçando Washington a impor algumas medidas de prevenção.