Os trabalhadores da ITV têm vindo a diminuir e estão cada vez mais envelhecidos. De acordo com um estudo da Federação dos Sindicatos Têxteis (Fesete), relativo ao período 1995-98, o sector registou um decréscimo de cerca de 12 mil postos de trabalho, oito mil dos quais em empresas têxteis, isto significa uma quebra de 5% do volume de emprego total, noticia o jornal Público. Neste período abandonaram o seu posto de trabalho mais de 20 mil funcionários com menos de 30 anos , sendo que a média etária dos trabalhadores que ficam está a aumentar e os jovens não se sentem atraídos pela actividade O estudo da Fesete dá conta da situação económica e social no têxtil e vestuário, “os custos laborais do sector são inferiores aos da indústria transformadora em geral”, pois apresenta os custos laborais mais baixos da Europa. De modo geral, o estudo confirma uma realidade já conhecida. As mulheres são a esmagadora maioria dos trabalhadores destas indústrias: no vestuário, 88% da mão-de-obra é feminina; nos têxteis a percentagem de mulheres é de 52%. Apesar do estudo não ter conseguido recolher valores concretos, as mulheres continuam a ter salários muito mais baixos do que os homens. Foi no vestuário que se encontraram as remunerações mais baixas – aliás, são os mais baixos de toda a indústria transformadora portuguesa. Uma conclusão positiva diz respeito à análise do peso do mercado e da competitividade do sector: tem vindo a crescer. Nos anos 90, o sector têxtil inverteu a tendência de distribuição do valor das vendas dos 53% para o mercado nacional no início da década, para os 58% para mercados externos no fim da década. O sector do vestuário consolidou o seu mercado europeu, que passou a comprar quase 69% da produção total. Assim no total, o sector é responsável por 21% das exportações da indústria portuguesa, que continuam extremamente dependentes do mercado europeu. Segundo os dados da Fesete, “a União Europeia continua a ser o bloco mais forte do comércio externo do sector”. Por isso, o sindicato chama à atenção para os possíveis prejuízos causados pela “desaceleração do ritmo de crescimento do comércio externo” europeu, que se contrapõe com o aumento das trocas comerciais com a Ásia. “Assiste-se ao emergir da importância de países individualizados tais como a China, a Índia e a Coreia”, observa o relatório. No que toca às relações comerciais, o relatório mostra que Portugal não as soube diversificar, pelo menos durante o período analisado. O que houve foi uma alteração das posições relativas entre os principais países. A Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Espanha, continuam a ser os principais mercados para o sector. A Espanha tornou-se, na década de 90, na principal importadora de produtos têxteis e de vestuário da Europa. Os números da ITV 222.695 trabalhadores 6232 empresas 1060 novas empresas criadas de 1995 a 1998 Distribuição geográfica: Braga 48 por cento, Porto 26 por cento, Aveiro 4 por cento, Lisboa 3 por cento e resto do país 16 por cento 57% das empresas têm menos de 10 trabalhadores 90.625 dos empregados estão abaixo da categoria de “trabalhador qualificado”