Regresso em grande

Regresso ao passado, mais concretamente aos anos 80. Quem não tinha, nos dias de mau tempo, o seu Kway? Protegia da chuva, cortava o vento e fazia parte das peças incontornáveis de vestuário, tanto para miúdos como para graúdos. Comprada, cedida e comprada de novo, à conta de múltiplas retomas, as licenças da famosa marca suscitaram muito interesse. Mas embora tenham sido muitos a tentar ficar com a marca, nenhum lhe deu um novo fôlego. «O mercado fechou-se e a mudança necessária para a marca não foi efectuada», explica Antoine Tinel, director de vendas na The Lifestyle Company, agora distribuidor da Kway para o mercado francês. Uma mudança por fim conseguida pelo BasicNet, o grupo transalpino detentor das licenças italiana – mercado que representa 80% do volume de negócios, com 3 milhões de euros –, espanhola e dos países escandinavos, e que está a adquirir, a pouco e pouco, outras licenças para tornar mais harmoniosas as colecções. «Em Portugal, entraremos na próxima estação com um distribuidor ou um agente», revela o distribuidor francês. Em França, a nova vida da Kway começou esta estação com uma volta de 180º, após a compra da licença francesa à empresa britânica Noël. «Salvaguardaram o essencial: o fecho, o logótipo, as cores e o lado vintage», explica Tinel. Um lado vintage explorado para dar à Kway um espírito singular e reconhecível. O objectivo foi conseguido. Outro dos famosos modelos Kway conhecido e revisitado tanto ao nível da forma como dos materiais, que se tornaram transpiráveis, surge numa linha de malas assim como numa gama de pullovers em lã merino. «Não se dirigem apenas à chuva mas também ao frio», prossegue o distribuidor da Kway para o mercado francês. Estas mudanças, da responsabilidade de uma equipa de 10 pessoas em Itália responsáveis pelo design, implicaram uma subida de gama da marca. Os preços podem chegar, para as melhores peças, aos 650 euros. Em média, são precisos 300 euros para comprar um anoraque reversível. O circuito de distribuição também mudou. «Já não estamos nas cooperativas marítimas, mas no Bon Marché e nas Galerias Lafayette». Quarenta pontos de venda também prestigiados compõem actualmente o parque Kway em França, que deverão chegar à centena no próximo Inverno.