Regresso às aulas com menos compras

A inflação e a diminuição do rendimento disponível deverão levar à redução do valor gasto pelas famílias americanas nesta época de regresso às aulas, com a prioridade a ser dada aos artigos escolares e menos ao vestuário.

[©Deloitte]

Embora os pais tenham estado disponíveis para aceitar preços mais altos no ano passado para repor artigos de regresso às aulas após a pandemia, 18 meses de inflação fizeram com que mudassem. A incerteza em relação à situação económica está a criar sensibilidade ao preço e a levar a que os pais reavaliem a sua abordagem às compras para o próximo ano letivo, indica o estudo sobre o regresso às aulas de 2023 da Deloitte.

A época de regresso às aulas é, normalmente, a segunda de maior consumo das famílias a seguir ao Natal. Com os preços dos artigos escolares a terem aumentado 23,7% nos últimos dois anos, a necessidade de procurar preços baixos é ainda mais evidente este ano.

Os consumidores americanos estão igualmente a estabelecer prioridades e, por isso, em todos os grupos de rendimento, as famílias planeiam gastar menos este ano, com o valor total das compras a dever descer 10% face ao ano passado. «O foco está em substituir as necessidades, como artigos escolares, restringindo compras não-essenciais como em tecnologia e vestuário», refere o estudo.

O consumo por criança deverá baixar para 597 dólares (cerca de 545 euros), em comparação com 661 dólares em 2022. 68% dos pais planeiam gastar o mesmo ou menos do que no ano passado, com 51% desses a planear consumir menos, dando como motivo um menor rendimento disponível. 34% dos inquiridos afirmaram estar a adiar compras não-essenciais.

Os artigos sustentáveis, que no passado foram uma prioridade, são agora menos importantes, com apenas 35% dos inquiridos pela Deloitte a planearem comprar este tipo de produto (em comparação com 50% em 2022).

De acordo com a consultora, os consumidores deverão dar prioridade aos retalhistas que tenham preços competitivos. Ainda assim, quase seis em cada 10 pais estão dispostos a gastar pelas razões certas, como melhor qualidade ou para mimar os filhos.

O vestuário e acessórios e os produtos tecnológicos são as principais categorias que podem dinamizar o consumo. Ainda assim, e de acordo com as estimativas da Deloitte, o vestuário e acessórios deverá registar uma queda de 14% face ao ano passado, para 12,4 mil milhões de dólares.