As semanas de moda gostam de regressos e as passerelles londrinas parecem ter-se rendido aos anos 60. Exemplo disso mesmo foi a apresentação daquela que é sempre uma das marcas mais esperadas deste certame: a Burberry. Apresentando a colecção Burberry Prorsum, Christopher Bailey apostou nos casacos, com uma clara inspiração na simplicidade dos anos 60. «Queria regressar à opulência dos anos 60. A todo aquele optimismo, quando as pessoas sentiam que o mundo era um lugar excitante e em constante evolução», salientou Bailey, que apresentou o seu desfile numa tenda de 1.000 lugares, no Albert Memorial, em Kensington Gardens, que foi transmitido ao vivo para mais de 150 países e numa tela de 32 metros em Piccadilly Circus. Mantendo a tendência dos anos 60, a Topshop Unique apostou na irreverência e no estilo jovial, com um toque de elegância inspirado na aposta em peças em preto e branco. A directora criativa da marca, Karen Bonser, apresentou de forma cuidada camisas de seda com gola redonda, mangas de sino, numa silhueta simples mas muito feminina. Por outro lado, as peças estampadas faziam relembrar a era da disco dos anos 70. Uma tendência igualmente presente no regresso das calças à boca-de-sino e em peças com ombros estruturados. Por outro lado, no lançamento da colecção feminina para a estação de Outono-Inverno 2011/2012 da marca Red Label, a estilista Vivienne Westwood inspirou-se no mundo encantado de Alice no País das Maravilhas para criar uma colecção com toques aristocráticos, misturados com a rebeldia de uma eterna rainha punk. Uma linha repleta de saias curtas e bermudas. Um dos protagonistas desta semana de moda de Londres foi o designer Matthew Williamson que apresentou propostas femininas inspiradas no trabalho do artista russo Francisco Infante-Arana. Matthew criou um conjunto de produções marcadas por uma mistura de estampados e diferentes texturas em saias curtas, camisas de seda e casacos de lã com padrões. Os comprimentos são, de uma forma geral, curtos, em saias de couro e vestidos que dispensam decotes ousados e apostam nas mangas. Já o veterano Paul Smith preferiu voltar às suas raízes na moda masculina para criar uma colecção feminina ao estilo Annie Hall, conjugando casacos compridos com bermudas. Para além das passerelles, esta Semana de Moda de Londres ficou marcada pelo futuro casamento do príncipe William e Kate Middleton, especialmente sobre quem poderá ser o responsável por vestir a futura princesa de Inglaterra. «Falando em Kate, ela é uma mulher bonita. Se terá a mesma imagem de ícone do estilo que tinha Lady Diana não sei, mas terá certamente uma tarefa difícil pela frente», concluiu Paul Smith numa dessas conversas de bastidores.