PVH ajuda ITV

O novo programa de dois anos focaliza os riscos de incêndio e a segurança em edifícios, especialmente a necessidade de «criar um ambiente de trabalho seguro e sustentável dentro do sector de vestuário do Bangladesh». A PVH Inc pretende ainda estabelecer um plano de formação em empresa, instalar comités de medicina e segurança nas fábricas, rever os regulamentos de construção existentes e a sua aplicação e desenvolver um mecanismo para que os trabalhadores relatem os riscos de segurança e saúde. Os vários elementos do programa serão controlados por um inspetor-chefe, que irá também projetar e implementar um programa de inspeção de segurança contra incêndio com base em normas internacionalmente reconhecidas de segurança no local de trabalho. «Esperamos que este acordo (…)resulte em fábricas mais seguras e estabeleça uma referência para as normas de combate a incêndio e segurança de edifícios em todo o Bangladesh», sublinha Emanuel Chirico, CEO da PVH. O grupo norte-americano (antiga Phillips-Van Heusen), cujo portefólio inclui marcas como Calvin Klein, Nautica e Timberland, aprovisionava na empresa That’s It Sportswear quando um incêndio deflagrou em dezembro de 2010, vitimando 29 trabalhadores e ferindo diversos outros. A fábrica, pertencente ao grupo Hameem, também fornecia a JC Penney, VF Corporation, Gap, Abercrombie & Fitch, Carters, Kohls e Target. Um ano depois, mais dois trabalhadores morreram e mais de 50 ficaram feridos num tumulto provocado pelo pânico que resultou da explosão de uma caldeira na empresa Eurotex. As marcas e retalhistas que subcontratavam a That’s it Sportswear têm sido amplamente criticadas por não estabelecerem um programa credível para abordar as questões de segurança em todo o sector de vestuário no Bangladesh. No entanto, a PVH afirma que o novo programa de segurança só entrará em vigor quando pelo menos três outros conhecidos proprietários de marcas internacionais ou retalhistas assinarem o acordo. No âmbito deste acordo, as marcas e retalhistas participantes identificam as unidades de produção que utilizam e exigem que essas instalações criem comités de segurança e saúde para reduzir doenças e lesões. Se uma unidade industrial não corrigir os elevados riscos de segurança ou implementar outros pontos do programa, as empresas alertam para a eventual transferência da produção para uma unidade segura no Bangladesh. As organizações: Clean Clothes Campaign, Worker Rights Consortium, The International Labor Rights Forum e Maquila Solidarity Network, bem como um grupo de oito sindicatos internacionais e do Bangladesh estão a apoiar o acordo. Mas Chirico refere que é ainda necessária «a cooperação da Bangladesh Manufacturers & Exporters Association, dos seus membros e do Governo do Bangladesh» para colocar o programa em prática.