Pureté de luxo

No seio da Madicor, empresa que há 32 anos serve marcas de luxo para criança, surgiu, há 8 anos, a Pureté. Atualmente presente em países como Reino Unido e EUA, a insígnia infantil prepara-se para explorar a América Latina.

Pedro Serôdio e Sara Silva

A Pureté, que veste bebés dos 0 aos 36 meses, nasceu quando, em 2011, Pedro Serôdio, CEO da empresa, quis aproveitar o know how da Madicor para criar uma marca própria. «Era um projeto já pensado há bastantes anos. Embora não tivesse começado bem estruturada, houve um reposicionamento da marca no mercado entre 2013 e 2014. Estamos contentes, temos crescido, temos evoluído, mas sempre insistindo na qualidade dos produtos, que é o que sabemos fazer», afirma o CEO ao Portugal Têxtil. Na lista de clientes da Madicor incluem-se nomes como a Christian Dior ou a Jacadi.

A Pureté aposta numa paleta de cores «muito suave, de bebé, que, em que todas as estações de verão e de inverno, é sempre a mesma: rosa bebé, azul bebé, bege, branco… são cores intemporais, ou seja, não passam de moda. É essa a imagem da marca», revela Sara Silva, gestora da marca. A Pureté é, ainda, «especializada em babygrows, com detalhes muito próprios da marca, com bons acabamentos, com rendas… Os nossos babygrows são considerados babygrows para sair, não propriamente para dormir, porque são peças únicas e muito bonitas», acrescenta Sara Silva.

Inicialmente a marca designava-se como Pureté du Bebé e, em 2018, através de um processo de rebranding, o nome passou para Pureté. «O nome era muito longo e havia alguma dificuldade de memorização. Adicionámos o logotipo, que é uma pena, que simboliza o cuidado, a suavidade, a pureza», aponta a gestora da marca.

Para o CEO da Madicor, o que distingue a Pureté das restantes marcas é a qualidade do produto e das matérias-primas. «Temos um cuidado enorme. Isso é o que nos diferencia. Não estamos preocupados em diversificar muito, mas sim em concentrar-nos naquilo que somos bons. Utilizamos 100% algodão. No inverno, utilizamos o veludo para os babygrows e daí também dar um aspeto bom à peça. Em termos de lavagens não há danificação da qualidade e do aspeto do produto», garante.

As coleções da Pureté dividem-se sempre em dois grandes grupos. «Temos os babygrows, que são o nosso forte, e depois temos os indispensáveis, que são os bodies, os babetes e as mantas», conta Sara Silva. Para a coleção primavera-verão 2020, «houve uma forte aposta nos florais para as meninas e nas riscas para meninos», adianta.

De Portugal para a América Latina

Entre 2017 e 2018, a Pureté cresceu cerca de 45% em vendas. Para isso contribuíram mercados como o Reino Unido, EUA e Itália, os mais fortes para a marca. Os mercados externos representam cerca de 85% das vendas da marca infantil.

Há cerca de um ano, a Pureté estreou-se no mercado italiano. «Foi um dos mercados que contribuiu para crescimento de 45% das vendas no ano passado. Foi a abertura de um novo mercado. Tem corrido lindamente», garante Sara Silva.

O objetivo é agora rumar à América Latina, com presença assegurada na próxima edição da Colômbiamoda, entre 23 e 25 de julho. «Na Europa estamos presentes em bastantes países, portanto, temos que alargar o nosso espectro. Estes crescimentos não serão eternos, já sabemos, porém, queremos chegar a novos mercados para dar sustentabilidade à marca. Já temos clientes no Panamá, portanto, temos tido alguma procura dentro desses mercados, daí a estratégia também agora de virar um bocado para aquela área», justifica a gestora da marca.

A Pureté está à venda em lojas multimarca em países e regiões como EUA, Canadá, Panamá, Marrocos, Portugal, Reino Unido, Bélgica, Holanda, Hong Kong, Ucrânia e Suíça. Além disso, conta com loja própria em Mirandela, inaugurada em 2013, que surgiu da «necessidade de estar numa rua e dizer que temos uma loja física. É importante para o mercado português. Pode também servir de exemplo de loja modelo para outros», indica Pedro Serôdio.

A Pureté tem ainda morada própria online, apesar de o empresário admitir que «hoje em dia, se calhar, há outros canais não tão diretos, mas que funcionam melhor. Neste momento estamos à procura de outros canais para chegar via online mais rapidamente ao cliente final», admite.

Estabilidade dá asas ao crescimento

Também para a Madicor, 2018 foi um ano positivo. «Com o nosso maior cliente, que é a Christian Dior, por exemplo, trabalhamos há 29 anos. Há uma ligação bastante forte e também o hábito de trabalhar com produtos de qualidade. O mesmo rigor que temos para a Christian Dior temos para a nossa marca», assegura o CEO.

Com cerca de 70 trabalhadores, a empresa produz mensalmente entre 10 mil a 15 mil peças e dentro de portas conta com modelagem, corte, bordado, confeção e embalamento. «Os nossos clientes são todos de gama alta, por isso, são trabalhos minuciosos. As séries da marca e dos nossos clientes são pequenas», esclarece o responsável.

Em 2018, a Madicor registou um incremento de 6% no volume de negócios, passando de 2,6 milhões de euros para pouco mais de 3 milhões de euros. «O nosso mercado é muito estável. Estamos num nicho de mercado. A empresa tem 32 anos, nunca tivemos uma crise de encomendas, pelo contrário», reconhece Pedro Serôdio. Para 2020, ao objetivo é continuar a expansão da marca. «Estamos à procura de outros mercados para manter o crescimento. Claro que gostaria de continuar a crescer 40% ao ano, apesar de ser complicado. No entanto, estou com esperança que teremos um crescimento bastante bom», conclui o empresário.