A Marks & Spencer anunciou que prevê que as suas margens brutas anuais sejam negativamente afetadas, após ter investido em promoções no período do Natal. O retalhista britânica acrescentou, contudo, que acredita que o seu investimento em oferecer «um valor ainda maior» permitiu um aumento das vendas de vestuário no período festivo. «No vestuário, o nosso foco foi oferecer aos nossos clientes verdadeiro valor numa altura em que estão a gerir os seus orçamentos de forma cuidadosa», explicou o diretor-executivo Marc Bolland. «A nossa estratégia funcionou bem, permitindo uma performance recorde em muitas categorias, incluindo vestuário de homem e sleepwear», sublinhou. Para o trimestre terminado a 31 de dezembro, as vendas de vestuário da M&S aumentaram 1,1%, com as vendas totais a crescerem 2,4%. As vendas comparáveis subiram 0,5%. As vendas totais no Reino Unido aumentaram 1,8%, ou mais 0,5% em termos comparáveis. Os artigos generalistas registaram um declínio de 0,8% no Reino Unido e 1,8% em termos comparáveis. No entanto, a retalhista antecipa que a sua margem bruta anual seja afetada. «A nossa decisão de investir em promoções em termos de produtos generalistas irá resultar numa margem bruta mais baixa em comparação com as previsões anteriores, mas isso será contrabalançado por poupanças adicionais geradas por uma gestão mais rigorosa dos custos», indicou a empresa. As vendas diretas aumentaram 22,4%, com a retalhista a alargar a distribuição com prazo de entrega no dia seguinte e a lançar o serviço Christmas Food to Order, que contribuiu para um aumento de 12% em encomendas. As vendas internacionais, por seu lado, subiram 8,1% no trimestre, refletindo o crescimento na Índia e em Xangai, na China. Em comentário aos resultados, Neil Saunders, analista da Conlumino, considera que embora o investimento da M&S na sua divisão alimentar ter provado ser uma «fórmula vencedora», os números das vendas generalistas são «bem mais desapontantes». «No geral, os números do vestuário são ligeiramente positivos mas este crescimento tem sido conseguido em grande parte à custa das margens. A área do lar está em baixa acentuada, o que não só reflete a decisão da M&S de sair do segmento da tecnologia como também sublinha o facto de que é preciso fazer muito mais para tornar esta oferta atraente para os consumidores», concluiu Saunders.