O défice da balança comercial de Portugal ficou cifrado em 30,91 mil milhões de euros no conjunto do ano 2022, um acréscimo de 58,3% em relação ao registado em igual período de 2021. Esta evolução reflete uma subida de 23,1% no total das exportações portuguesas de bens, enquanto as importações cresceram 31,3% no conjunto do período de janeiro a dezembro.

Excluindo os “combustíveis e lubrificantes”, de acordo com a análise dos dados preliminares disponíveis no Instituto Nacional de Estatística (INE), o défice da balança comercial de Portugal situou-se nos 19,33 mil milhões de euros, evidenciando um agravamento de 39,9% em relação ao valor registado em 2021. Relativamente ao mês de janeiro de 2023, e excluindo também os “combustíveis e lubrificantes”, verificou-se uma quebra de 2,6% no valor do défice comercial, que se posicionou nos 1,33 mil milhões de euros. Este desempenho resultou de um crescimento da 14,3% no valor das exportações e de 10,8% no valor das importações.
Em termos específicos para a indústria têxtil e do vestuário, analisando a evolução em período homólogo do índice de volume de negócios na indústria (INE) para o mês de dezembro de 2022, a análise do CENIT evidencia uma descida de 14,4% no sector têxtil e de 2,5% no sector do vestuário. Ao nível das indústrias transformadoras foi registada uma subida de 16,9% em relação ao mês de dezembro de 2021. Em termos da evolução em cadeia, foi evidenciada uma redução de 28,9% no sector têxtil e de 14,1% no sector do vestuário, sendo registada uma baixa de 12,2% nas indústrias transformadoras.
Emprego também desce em dezembro

Relativamente à evolução em período homólogo do índice de produção industrial (INE) para o mês de dezembro de 2022, evidencia-se uma quebra de 21,2% no sector têxtil e uma diminuição de 19,7% no sector do vestuário. Ao nível das indústrias transformadoras foi registada uma descida de 1,9% em relação ao mês de dezembro de 2021. Em termos da evolução em cadeia, foi evidenciada uma queda de 26,5% no sector têxtil e de 14,7% no sector do vestuário, tendo-se verificado uma descida de 15,4% nas indústrias transformadoras.
Os dados para a variação homóloga do índice de emprego na indústria (INE) evidenciaram em dezembro de 2022 uma redução de 0,9% no sector têxtil e de 0,7% no sector do vestuário. Nas indústrias transformadoras foi registada uma subida de 1,8%. Relativamente à variação em cadeia, entre os meses de novembro e dezembro, o índice de emprego na indústria aumentou 1,1% no sector têxtil e 2,8% no sector do vestuário, tendo registado um crescimento de 0,1% nas indústrias transformadoras.

De acordo com os dados do INE para a variação homóloga do índice de horas trabalhadas na indústria, foi registada em dezembro de 2022 uma descida de 7,3% no sector têxtil e de 7,7% no sector do vestuário, enquanto nas indústrias transformadoras verificou-se uma diminuição de 1,0% em relação a igual período de 2021. Ao nível da variação em cadeia, foi registada uma queda de 15,9% no sector têxtil e de 15,6% no sector do vestuário, entre novembro e dezembro, enquanto nas indústrias transformadoras verificou-se uma diminuição de 13,8%.
Preços sobem no início do ano
O índice de preços na produção industrial (INE), registou em termos homólogos no mês de janeiro uma subida de 8,5% ao nível do sector têxtil (10,0% no mês anterior) e um aumento de 1,7% no sector do vestuário (1,4% no mês anterior), em relação a igual período de 2022. Este indicador registou um crescimento homólogo de 16,9% ao nível das indústrias transformadoras (17,7% no mês anterior). Na variação em cadeia, entre os meses de dezembro e janeiro, verificou-se uma descida de 0,5% no sector têxtil e uma subida de 0,5% no sector do vestuário, enquanto nas indústrias transformadoras o índice registou um crescimento de 0,9%.

Relativamente à variação homóloga do índice de preços no consumidor (INE), foi registado no mês de fevereiro um aumento de 6,6% ao nível dos têxteis de uso doméstico e uma subida de 2,0% nos artigos de vestuário. Analisando a evolução em cadeia, na comparação com o mês de janeiro, foi registada em fevereiro uma subida de 0,3% nos têxteis de uso doméstico e uma descida de 7,4% nos artigos de vestuário.
O indicador de clima económico do INE registou em fevereiro (+1,7%) um aumento da perceção positiva do clima económico por parte das empresas, uma tendência que se verifica desde o mês de dezembro. Por seu lado, segundo o indicador de confiança da indústria transformadora do INE, diminuiu em fevereiro a perceção negativa das empresas (-2,6%), reforçando a tendência verificada no mês anterior.