Uma revisão da investigação que tinha já sido feita em novembro e dezembro de 2019, que foi atualizada entre abril e outubro de 2022, pelo Better Buying Institute, demonstra que há uma ligação entre as práticas de compras e as violações dos direitos humanos.
As conclusões apontam para que as práticas de compras tenham maior impacto conhecido no tempo de trabalho, contratos e recursos humanos e compensações, e há também alguma evidência de um impacto na saúde e segurança no trabalho. Por outro lado, há provas mínimas de que as práticas de compras tenham influência no trabalho infantil, trabalho forçado, liberdade de associação e discriminação.
Com base nas sete categorias de práticas de compras do Better Buying Purchasing Practices Index, a que se somaram mais duas categorias adicionais que surgiram da pesquisa, e os oito clusters da Compliance Assessment Tool da Better Work, a pesquisa conseguiu ligar uma prática específica de compra a um não cumprimento específico.
Por exemplo, 41% dos fornecedores reportaram horas extraordinárias excessivas como resultado de variações mensais de encomendas. Já 80,4% dos fornecedores revelaram não ter sido capazes de pagar indemnizações quando o cancelamento de encomendas resultou na necessidade de despedir pessoas.
Ponto de partida para melhorar
Nas conclusões, o estudo refere que «há amplas provas dos impactos reais das práticas de compras nos trabalhadores, a maior parte das quais estava disponível antes do covid-19. É compreensível que as empresas que estão a trabalhar para melhorar as suas práticas de compras estejam mais interessadas em provas diretas de se as suas práticas levam ao não-cumprimento, mas a pesquisa disponível confirma que as práticas de compra colocam riscos aos trabalhadores nas cadeias de aprovisionamento mundial». Como tal, «estes riscos exigem que as marcas e retalhistas examinem as suas próprias práticas como parte das diligências relativas aos direitos humanos. As empresas compradoras podem usar os factos identificados nesta pesquisa para guiar o seu trabalho de diligência e tomar medidas específicas para melhorar», reforça o Better Buying Institute.