De acordo com o estudo “EU: Bed Linen – Market Report. Analysis And Forecast To 2025”, publicado pela consultora IndexBox, o tamanho do mercado de roupa de cama na União Europeia atingiu aproximadamente 495 mil toneladas em 2016, o que significa um crescimento de 6% (ou 29 mil toneladas) em comparação com os anos anteriores.
Mas o período entre 2007 e 2016 não foi homogéneo. De 2007 a 2010, houve flutuações acentuadas, a que se seguiu uma quebra nos dois anos seguintes. Depois, contudo, registou-se um ligeiro aumento, que se prolongou até 2016.
Em termos de preços para grossistas, o mercado também revelou uma subida nos últimos quatro anos, aponta a IndexBox, atingindo 3,1 mil milhões de euros em 2016 – um valor que representa o volume de negócios total de produtores e importadores (excluindo custos logísticos, custos de comercialização no retalho e as margens dos retalhistas, que estão habitualmente refletidos nos preços ao consumidor). Nos últimos nove anos, o valor do mercado aumentou a uma taxa média anual de 1,7%.
Produtores nacionais em destaque
O estudo avança que, em 2016, o volume total de produção de roupa de cama foi de 134 mil toneladas. No geral, o volume de produção de roupa de cama baixou entre 2007 e 2016, tendo vindo a recuperar nos últimos três anos. Antes disso, caiu entre 2007 e 2013.
Portugal, com 32% da produção total, Itália (19%) e Alemanha (14%) foram os três países com maior nível de produção em 2016, representando, em conjunto, 65% do total de roupa de cama produzida na UE.
Em Portugal, a produção de roupa de cama aumentou mesmo (+3,5% ao ano) entre 2007 e 2016. Já em Itália, a produção baixou (-3,5% por ano) no mesmo período e na Alemanha manteve-se estável nos 10 anos em análise.
Em termos de consumo, Alemanha (17%), Reino Unido (17%), França (13%) e Itália (12%) são os países da União Europeia que consomem mais roupa de cama. O maior crescimento das taxas anuais de consumo de roupa de cama entre 2007 e 2016 foi registado no Reino Unido, com um aumento médio anual de 1,9%. Já o consumo em França (+0,8%), Itália (+0,4%) e Alemanha (-0,5%) manteve-se relativamente estável entre 2007 e 2016.
Os níveis de consumo per capita nos países mais consumidores foram equivalentes ao nível médio da UE de 1 kg por ano, com o maior consumo per capita a ser observado no Reino Unido (1,3 kg por pessoa), onde o mesmo tem vindo a crescer de forma consistente nos 10 anos em estudo.
No que concerne as exportações, Portugal volta a assumir protagonismo, embora tenha sentido de uma certa retração. Em 2016, os envios na UE totalizaram 208 mil toneladas, equivalente a um valor próximo dos 1,9 mil milhões de euros. A Alemanha (43 mil toneladas), Holanda (24 mil toneladas), Portugal (23 mil toneladas) e Bélgica (22 mil toneladas) constituem os principais fornecedores de roupa de cama entre os membros da UE, com uma quota combinada de 54% do total de exportações em 2016. Porém, entre 2007 e 2016, de acordo com os dados da IndexBox, Portugal perdeu fulgor, tendo registado uma quebra média anual de 2,2%, que resultou numa descida de 6% da sua quota de exportação. Já a Holanda (+16% por ano, resultando num aumento de 8% de quota) e a Alemanha (+12,6% por ano, com um aumento de 12% de quota) destacaram-se como os países com maior crescimento nas exportações deste tipo de produto.
Importações ainda dominam
No entanto, o mercado europeu de roupa de cama continua a ser fortemente impulsionado pelas importações provenientes da Ásia. A quota de importações extra-UE atingiu 80% em 2016, em comparação com 71% em 2007, o que, segundo a IndexBox, revela «a crescente dependência dos consumidores europeus de produtos importados, sobretudo do Paquistão, China e Turquia». Apesar do aumento da produção nos três anos entre 2014 e 2016, esta elevada dependência «deverá continuar a médio prazo», algo que, reforça a consultora, «é típico não apenas do mercado de roupa de cama, mas do sector têxtil no geral».
As importações de roupa de cama atingiram 559 mil toneladas em 2016, representando um valor de 3,8 mil milhões de euros. Dessas, 394 mil toneladas foram provenientes de países fora da União Europeia, o que significa um crescimento de 8% face ao ano anterior.
A Alemanha (20% do total), Reino Unido (16%) e França (12%) foram os principais importadores de roupa de cama. No período entre 2007 e 2016, as quotas da Alemanha, do Reino Unido e de França mantiveram-se relativamente estáveis.