A ATP – Associação Têxtil e VestuÁrio de Portugal solicitou ao Ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, que intervenha junto da Comissão Europeia para que sejam tomadas medidas urgentes para contrariar os números das importações de origem chinesa, os quais continuam a crescer desmesuradamente sem qualquer refreio pelo sistema de duplo controlo, criado no início de 2008, com o objectivo de garantir uma transição suave. As informações obtidas pela ATP referem que as importações de produtos têxteis e de vestuÁrio de origem chinesa, sujeitos ao sistema de duplo controlo, aumentaram, nos primeiros 4 meses de 2008, até 45%, com diminuição dos preços de importação. Por outro lado, segundo a associação sectorial, os dados disponíveis no Sistema Integrado de Gestão de Licenças para o 1.º semestre de 2008, considerando apenas as licenças emitidas pela União Europeia, mostram que nos vestidos (cat. 26) jÁ se licenciou o dobro do total do ano passado; nos jerseys, pullovers (cat. 5), blusas e camisas para senhora (cat. 7) jÁ se licenciou mais do que o total do ano passado; e na roupa de cama (cat. 20) e nas calças para homem (cat. 6) estÁ-se prestes a licenciar tanto quanto no total do ano passado. Recorde-se que estão apenas decorridos 6 meses de 2008 – estamos a metade do ano», sublinha a ATP em comunicado, pela “voz” do seu novo presidente, João Costa. De acordo com a associação, os crescimentos em muito que ultrapassaram os níveis a partir dos quais se poderiam solicitar consultas para a aplicação das medidas de salvaguarda, pelo que entende estarem assim reunidas as condições para se solicitar uma acção por parte da Comissão Europeia, no sentido de invocar a aplicação das mesmas, em nome de uma indústria que na Comunidade gera 211,3 mil milhões de euros de volume de negócios, 64 mil milhões de euros de valor acrescentado e emprega 2,5 milhões de pessoas. A ATP refere ainda a importância que esta indústria tem em alguns Estados-Membros, como é o caso de Portugal, onde representa 12% das exportações nacionais, 9% do volume de negócios e 23% do emprego da indústria transformadora». A Associação Têxtil e VestuÁrio de Portugal dirigiu igualmente uma exposição ao Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, alertando para as negociações de Doha, no âmbito da OMC, as quais se encaminham para mais um retrocesso nos interesses da indústria têxtil e vestuÁrio europeia, servindo esta, mais uma vez, de moeda de troca relativamente a outros sectores, em especial a agricultura e os serviços», conclui a ATP.