Se há muitos caminhos que vão dar a Roma, também existem muitos caminhos para a fama e o sucesso. A publicidade é um deles, e muitas empresas de moda já o perceberam, pois investem milhares de euros em cartazes, folhetos e spots publicitários. No entanto, no final, os resultados nem sempre são visíveis e nem é certo que existam, noticia o Textilwirtschaft. A Zara segue uma estratégia completamente diferente. A empresa não gasta dinheiro em meios de publicidade tradicionais: não há cartazes, anúncios ou folhetos. E mesmo assim, da fama já não se livra. Por exemplo, na Alemanha, uma em cada seis pessoas conhece a Zara. Ainda mais, segundo um inquérito realizado pela empresa alemã GfK, uma em cada dez pessoas revela que já entrou numa das suas lojas e uma em cada vinte comprou algum artigo da mesma. O que torna estes resultados ainda mais surpreendentes é o facto de apenas existirem 23 filiais da Zara na Alemanha. Este inquérito revela também que as mulheres alemãs estão mais interessadas nas ofertas de origem espanhola do que os homens – o que tem certamente a ver com o maior interesse das mulheres pelo fenómeno da moda. Com efeito, 21% das inquiridas declaram conhecer a Zara, enquanto que nos inquiridos são apenas 13%. A percentagem das mulheres que já entraram numa filial da Zara é de 13%, mais do dobro da quota masculina (6%). Esta diferença também se reflecte na distribuição das compras efectuadas: 6% das inquiridas já compraram algum artigo da Zara, enquanto que nos inquiridos são apenas 4%. São sobretudo as mulheres jovens, com menos de 30 anos, que procuram a marca espanhola. Um terço das mulheres desta faixa etária diz que já entrou numa das 23 filiais da Zara e mais de metade delas já foi seduzida pela compra de uma camisola, uma camisa ou algum outro artigo. Os homens apresentam um cenário semelhante, mas em menor percentagem: 12% dos homens com menos de 30 anos já entraram na Zara e 6% já compraram um artigo da marca. No entanto, refira-se que nenhum dos homens inquiridos com mais de 30 anos entrou numa filial da Zara. Comparando a H&M e a Zara, os resultados são interessantes. Embora as duas empresas tenham grupos-alvo distintos, existem pontos em comum, principalmente na faixa etária entre os 20 e os 35 anos. Neste grupo de clientes, a Zara desfruta todavia de uma imagem melhor do que a H&M. 60% das pessoas inquiridas dizem que preferem as ofertas dos espanhóis às dos suecos. No entanto, a marca espanhola apresenta um grande inconveniente: os tamanhos. Mais de um terço das pessoas inquiridas dizem que já tiveram dificuldades em encontrar o tamanho certo, sobretudo as mulheres. Além disso, mais de 40% das clientes da Zara criticam os cortes das peças, enquanto que na parte masculina são apenas 24%. A maior vantagem da Zara é, sem dúvida, a rapidez com que leva os produtos junto das suas filiais. Estes apresentam sempre um design actual e um preço competitivo, embora sejam mais elevados do que em muitas outras empresas também com uma estrutura vertical. Mesmo assim, só uma em cada quatro mulheres queixa-se dos preços da Zara, o que mostra a importância da forma de apresentação do produto: a imagem de um produto de qualidade média pode ser melhorada não só através de meios de publicidade, mas também através da decoração das lojas.
