Polopiqué reforça identidade

A empresa portuguesa tem uma nova imagem e um novo conceito. Creative Texagility foi o mote escolhido para ilustrar a criatividade, agilidade e velocidade da Polopiqué, numa identidade que destaca ainda a sua verticalidade, da fibra à peça confecionada, assim como a aposta no design, tecnologia e inovação.

Luís Guimarães

A proximidade ao nível da comunicação é um dos objetivos do grupo presidido por Luís Guimarães, que pretende com esta nova marca, desenvolvida pela Ivity Brand Corp, «rejuvenescer e reforçar a qualidade e versatilidade com que dá resposta a todo o tipo de desafios têxteis».

«Antecipar e prever hoje a moda do amanhã é o que nos distingue. É isto que a Polopiqué é. Somos criatividade, agilidade e velocidade», afirma, em comunicado, Luís Guimarães, explicando que a mudança simboliza «a nossa capacidade de antecipar. Hoje estamos aqui, amanhã podemos estar em qualquer lugar. Despertos. Acordados. E sempre orgulhosos de Portugal».

O grupo, dos poucos na Europa que mantém a verticalidade da fibra à peça confecionada, incluindo fiação, tecelagem, tricotagem e ultimação, tem uma faturação anual de 110 mil euros, tendo contudo como objetivo a longo prazo atingir os 200 milhões de euros.

Um futuro que se fará com uma ligação próxima aos clientes. «A nova identidade Polopiqué é a ambição da marca para o futuro: transportar Creative Texagility a todos os parceiros de moda que com eles queiram desenvolver as suas peças», reforça a Polopiqué.

Adaptação à pandemia

Com a quebra das encomendas de moda, a Polopiqué procurou nos últimos meses ajustar-se ao mercado e começou a produzir batas e máscaras, que constituem uma nova área de negócio para a empresa. De acordo com a informação disponibilizada online pelo CITEVE, a empresa tem dois produtos aprovados para 20 lavagens. «São artigos muito frescos e confortáveis e ficam mais baratos do que essas batas que se deitam todos os dias ao lixo», revelou, ao Dinheiro Vivo, Luís Guimarães, tendo adiantado igualmente que tem já pedidos da Alemanha, Bélgica, Inglaterra e França.

Ao nível das máscaras, são já 21 os artigos certificados pelo CITEVE, a que se juntam modelos certificados por laboratórios internacionais. As encomendas, afirmou na mesma entrevista o presidente da Polopiqué, prolongam-se já até 2021, o que levou a um novo investimento na ordem dos 200 mil euros em equipamentos automatizados para esta produção. «Vamos tentar que estes clientes não regressem à origem. Quero ver se os amarro cá, em Portugal», admitiu.

Aos poucos, no entanto, a procura dos clientes de moda, nomeadamente da Inditex, o seu principal cliente, está a regressar.  «Já nos pediram para adiantarmos algumas entregas que tínhamos em stand-by e já pediram repetições», assegurou.

Ao longo dos últimos meses, a Polopiqué manteve os cerca de 1.000 trabalhadores diretos ao serviço e Luís Guimarães apelou ao Governo para implementar medidas diferentes para apoiar o sector, nomeadamente a redução de impostos para quem não recorresse ao regime de lay-off simplificado. «O Estado devia olhar com mais carinho para quem trabalha e cria riqueza no país. Foi anunciado que as empresas que continuaram a laborar iriam ser beneficiadas em sede de TSU, mas, depois, nada foi concretizado. Quem não parou continuou a trabalhar e a contribuir para o emprego e a riqueza do país. Sentimo-nos injustiçados», resumiu o presidente da Polopiqué ao Dinheiro Vivo.