Batizado “Polopique Strategy: New value added products”, o projeto, que é apoiado pelo Compete 2020, «visa promover o aumento da capacidade da Polopiqué Tecidos, por via de avançada tecnologia que contribua para a produção de novos e diferenciados produtos, como sejam inovadores tecidos com combinações únicas de diferentes tipos de fios com espessuras extremamente finas», descreve um artigo publicado pelo Compete.
De acordo com a mesma fonte, a Polopiqué Tecidos identificou a oportunidade de desenvolver novos tecidos adaptados ao perfil de procura internacional e com características diferenciadoras para explorar segmentos de mercado mais sofisticados e com elevado poder de compra. «A empresa tenciona estabelecer um novo patamar de desenvolvimento do sector, ao introduzir a produção de tecidos através de fios com espessura não convencional, aliando, às caraterísticas de tecidos funcionais já explorados, a qualidade e conforto implícitos a fios de reduzida espessura, apenas possível por via da combinação, de igual modo inovadora, de um conjunto de tecnologias dimensionadas e preparadas para trabalhar fios de elevada fragilidade», explica.
Uma evolução face ao existente, refere o Compete, já que até agora a funcionalização dos tecidos estava restrita a fios de espessura convencional, sendo que os fios de espessura reduzida eram usados apenas no vestuário técnico e não na moda.
«O crescimento perspetivado pelo projeto resulta da oferta de tecidos compostos por fios com propriedades únicas, de alta qualidade técnica, proveniente do nível de espessura associado (significativamente mais reduzidos que a prática corrente do sector), os quais, aliados a avançadas técnicas de produção, resultarão em tecidos com um nível de qualidade ímpar no mercado, bem como a associação a caraterísticas funcionais (e.g. respirabilidade e impermeabilidade), sem deixar de oferecer o conforto e o aspeto visual apelativo de produtos de gama média/alta», justifica o Compete, acrescentando que o objetivo final da Polopiqué, que recentemente estabeleceu uma parceria com a Recover, é «a consolidação do crescimento da sua atividade e o incremento da sua presença no mercado internacional, principalmente em segmentos com públicos-alvo sofisticados e de elevado poder de compra disponível».
Estes novos tecidos, que serão produzidos graças à introdução de tecnologia avançada, que vai ainda permitir o aumento da capacidade da Polopiqué, poderão ser aplicados em casacos, camisaria, blusas e calças, entre outros, tanto para homem como para senhora.
«A expansão em causa envolve a realização de investimentos em infraestruturas de suporte ao crescimento da atividade da empresa, assim como a aquisição de novos equipamentos produtivos e a instalação de tecnologia state-of-the-art para a produção dos novos produtos, envolvendo um aumento da capacidade produtiva da empresa, sustentada também por uma maior eficiência de produção», sublinha o Compete.
Este investimento vai de encontro à vontade de crescer manifestada por Luís Guimarães, presidente da empresa, em entrevista ao Jornal Têxtil. «O meu objetivo é crescer, ter cada vez mais escala», afirmou.
Promover a digitalização
Um projeto que se enquadra ainda no conceito de fábricas inteligentes promovido pelo Compete para impulsionar a digitalização na Europa.
«Tal como com as ondas tecnológicas anteriores, assumir uma liderança precoce pode ser crítico para uma competitividade duradoura», considera o Compete, que destaca que, embora a adoção de tecnologias digitais pelas empresas da União Europeia esteja a melhorar, está ainda abaixo da dos EUA, onde apenas 27% das empresas ainda não tinham adotado quaisquer tecnologias digitais avançadas, em comparação com 37% na UE.
«A digitalização é sobretudo uma oportunidade, não uma ameaça, agora mais do que nunca. Os nossos dados mostram que com a digitalização as empresas são mais produtivas, empregam mais trabalhadores qualificados e preveem mais crescimento do emprego», aponta o Compete. «Ao tomar medidas para ajudar as empresas a investir nas novas tecnologias de que necessitam, podemos estimular o crescimento e ajudar a fechar as clivagens que existem na Europa, reforçando a nossa coesão», conclui.