2023 juntamente com os dois anteriores «são três anos para esquecer», nas palavras do presidente do grupo Polopiqué. «Temo-nos aguentado da melhor maneira possível. Nunca parámos», afirma Luís Guimarães, apontando os custos energéticos como um dos grandes obstáculos de 2022. «Foi um ano atípico. Tivemos de fazer uma gestão muito mais apertada em termos dos recursos energéticos. Foi um ano que, numa empresa, correu muito bem, porque não era a que mais dependia das energias, mas para outras duas empresas que dependiam das energias não foi tão positivo. Foi um ano fraco no geral», explica ao Portugal Têxtil.
O grupo registou, por isso, uma quebra de 10% do volume de negócios face a 2021, «o que era expectável», reconhece o presidente. «Era impossível passarmos os preços todos para o cliente final. A energia, para nós, valia muito mais do que os salários. Era impensável crescer», admite.
Este ano, contudo, deverá trazer melhores notícias. «Vejo 2023 com algum otimismo, até um bocadinho mais do que via anteriormente», revela Luís Guimarães, apontando a diversificação do sourcing, especialmente por clientes norte-americanos, como um dos fatores impulsionadores de um possível crescimento. «Os EUA querem mesmo sair da China e Portugal é o país ideal para eles. Temos os nossos clientes dos EUA a duplicar e a triplicar as compras, o que, para nós, é ótimo», garante.
Novos investimentos dão contributo
A empresa está igualmente a prosseguir a estratégia, iniciada no ano passado, de regresso às feiras internacionais, tendo já participado na Heimtextil, na área dos têxteis-lar. Na parte dos tecidos, a Polopiqué marcou presença na Munich Fabric Start em janeiro e, a partir de amanhã e até dia 9 de fevereiro, expõe na Première Vision Paris. Já com o objetivo de mostrar as novidades em fios, a empresa estará presente na Filo, em Milão, a 22 e 23 de fevereiro.
Dentro do projeto do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), a Polopiqué está a investir na fiação, «para diversificarmos a nossa produção, principalmente por causa dos artigos reciclados que fazemos», no tratamento de águas residuais e na energia fotovoltaica. «Estamos à espera dos últimos orçamentos para a instalação de mais cinco megawatts de fotovoltaicos – já temos dois megawatts instalados, mas temos ainda espaço para instalar mais cinco. E também para o tratamento de águas residuais, que é o nosso investimento mais forte, porque em termos produtivos, a Polopiqué tem vindo a investir ao longo dos anos», conclui o presidente do grupo.