O Governo vai lançar as novas linhas de crédito com garantia do Estado «num futuro muito próximo”, no montante de 6,8 mil milhões de euros. A garantia foi dada pelo secretário de Estado Adjunto e da Economia, João Neves, em entrevista concedida esta quinta-feira ao ECO.
João Neves assegura ainda que as novas linhas serão direcionadas «para os segmentos onde existe mais procura e em que o acesso ao crédito não é tão simples», como é o caso das PME’s.
Sobre a discussão à volta da execução das linhas de crédito, o secretário de Estado Adjunto e da Economia afirma estar absolutamente «confortável porque acho que temos valores bastante mais expressivos do que outros países na utilização de capital alheio por via das linhas de crédito».
João Neves revela que existem «cerca de cinco mil milhões de linhas de crédito com contratos estabelecidos entre os bancos e as empresas, o que é sensivelmente o que foi feito em linhas garantidas pelo Estado ao longo de todo o ano de 2019».
Facto que, explica o governante, «dá bem a dimensão da intervenção que nestes dois meses foi possível fazer à volta das linhas de crédito».
O secretário de Estado Adjunto e da Economia aproveitou também para deixar um recado à banca: «julgo que é muito errado olharmos para a situação em que vivemos e dizer que só se houver garantia pública é que os bancos podem emprestar dinheiro às empresas». «O sistema bancário existe para correr o risco inerente à sua própria atividade», salienta.
Na mesma entrevista, João Neves recorda que o Estado tem apoios muito diversificados e que a discussão não deve ser feita em torno da execução das linhas de crédito. Entre os apoios estão, segundo o responsável, os pagamentos no âmbito dos Sistemas de Incentivos (SI) em torno de 400 milhões de euros, a não recuperação de reembolsos de 100 milhões de euros, os programas específicos à readaptação de atividades empresariais com cerca de 730 milhões de euros e montante de investimento de cerca de 200 milhões de euros.
O secretário de Estado Adjunto e da Economia fala ainda do programa para micro e pequenas e médias empresas para adaptarem os seus espaços económicos no montante de 50 milhões de euros.