Com 30 anos de atividade, a Plumex é uma carta fora de Felgueiras ou de São João da Madeira. Instalada no Pombal, a empresa fundada por Henrique Carlos, o irmão e o pai nasceu da experiência acumulada na área do calçado através de uma rede de sapatarias da qual eram proprietários e com a missão de dar o máximo de conforto aos pés.
Especialista em sapatos de malha, a Plumex começou por investir em teares, contabilizando hoje quatro, e rapidamente conquistou a Europa com sapatos confortáveis, onde a parte superior é fabricada com malha e as solas são também produzidas internamente, por injeção de poliuretano, que ajuda a dar estabilidade em pisos escorregadios.
Flexíveis, leves e laváveis na máquina, os sapatos da Plumex atingiram o seu pico de vendas durante a pandemia. «Foi o melhor ano de sempre da empresa», afirma Henrique Carlos, que vou a faturação da empresa ultrapassar os 1,5 milhões de euros. «Como as pessoas estavam praticamente em casa, este tipo de calçado era perfeito porque é confortável e, ao mesmo tempo, dá para as saídas, pois é também apropriado para outdoor», explica ao Portugal Têxtil.
Com as vendas centradas na Europa, sobretudo nos mercados alemão, francês, espanhol e britânico, a Plumex tem registado ultimamente uma quebra abrupta nas vendas. «Este ano, o nosso maior cliente, que é alemão, não realizou nem sequer 10% das encomendas habituais. Os outros clientes igualmente. Porquê? A guerra. Eu não sei se a Alemanha sabe de alguma coisa que nos não saibamos. Mas o certo é que eles dizem calma, calma, vamos ver, vamos aguardar. O problema é que não surgem as encomendas», revela o empresário.
À procura de alternativas sempre dentro do segmento conforto, e depois de ter lançado linhas em elastano e em couro, a Plumex aventurou-se na criação de calçado para diabéticos, que está a ser muito bem aceite no mercado europeu. «São sapatos especiais, feitos sem costuras, com pele da mais alta qualidade. Sabe que uma costura numa ferida de pé diabético pode originar complicações graves e levar até mesmo à amputação?», conta Henrique Carlos. «As formas também são altas e largas e os forros antibacterianos. As palminhas são em microfibra ou pele, mas a maioria dos diabéticos têm palmilhas especificas e adaptadas ao pé», acrescenta.
Atualmente, a Plumex tem já em curso um projeto com o Instituto Politécnico de Castelo Branco com vista ao melhoramento do calçado para diabéticos. «Estamos ainda na fase de projeto, mas queremos, entre várias coisas, estudar melhor a ergonomia do pé, para ajustar as formas e também criar palmilhas mais técnicas para que o diabético não sinta a necessidade de ter de fazer umas externamente», adianta o administrador.
A linha para diabéticos tem crescido no seio da Plumex e já pesa 50% nas vendas da empresa. «A Alemanha é o melhor mercado. Fabricamos este tipo de calçado até ao 46, que dá um 49 na Alemanha. Trabalhamos bem ainda para França, Reino Unido, Espanha», aponta Henrique Carlos.