Petratex envolvida em inovação para triagem de vítimas

A empresa trabalhou com o INESC TEC e outras entidades internacionais no desenvolvimento de um sistema wearable que permite monitorizar os sinais vitais e calcular, em segundos, a severidade de lesões de vítimas de catástrofes.

[©INESC TEC]

A solução, revela o INESC TEC, que desenvolveu o sistema em colaboração com a Xenia Reply e o Institute of Entrepreneurship Development (iED), vai permitir que os profissionais de emergência médica realizem triagens em tempo real, em cenários de catástrofe, monitorizando as vítimas desde o incidente até à sua chegada ao hospital.

«A componente do INESC TEC foca-se na monitorização da vítima durante todo o processo de triagem, desde o incidente até ao hospital. Estamos a utilizar dispositivos wearable desenvolvidos pelo INESC TEC em combinação com um sistema de IoT, que integra uma aplicação móvel e uma base de dados em servidor do Instituto», explica Duarte Dias, investigador do INESC TEC, acrescentando que esta solução permite uma monotorização contínua, assim como uma partilha de dados para uma plataforma central, criada pela Xenia Reply.

Segundo o investigador, a tecnologia integra uma peça têxtil desenvolvida pelo INESC TEC com o apoio da Petratex. O sistema wearable, em formato de banda têxtil, pode ser colocado na perna ou no braço da vítima, num processo que demora entre 10 e 15 segundos, e integra um oxímetro, um dispositivo ECG e um telemóvel, que regista e partilha os sinais vitais e calcula biomarcadores, através de uma aplicação móvel igualmente desenvolvida pelo INESC TEC. Desta forma, o profissional de emergência médica pode, através de uma aplicação própria do consórcio, monitorizar os sinais vitais de diferentes pessoas em simultâneo. Caso se verifique uma alteração no estado de saúde de uma das vítimas, o sistema gera um alerta, permitindo que os profissionais possam rapidamente dar resposta e alterar níveis de prioridade no processo de triagem.

[©INESC TEC]
«Normalmente, os profissionais realizam uma triagem baseada numa análise visual e, algumas vezes, com medição pontual de alguns sinais vitais. A solução do INESC TEC vem permitir que esta monitorização não seja pontual, mas contínua, e que permita automaticamente aferir sobre o estado de saúde das pessoas e rapidamente informar caso se verifique alguma mudança no estado de saúde», indica Duarte Dias, acrescentando que o acesso aos dados vitais de forma continuada poderá levar a que se perceba qual poderá ser o melhor tratamento no local ou no hospital, uma vez que há também o intuito de se fazer uma partilha dos dados em tempo real com hospitais e centros de saúde.

O projeto está a ser trabalhado no âmbito do projeto europeu iProcureSecurity PCP, que é liderado pelo SYNEO GmbH e com a participação do KEMEA, Center for Security Studies, e de um Buyers Group, que visa financiar o desenvolvimento de soluções para melhorar a resposta a vítimas durante situações de catástrofe.

A solução «está a permitir combinar diversas tecnologias que temos vindo a desenvolver e colocá-las à prova num conceito inovador e desafiante, sendo que ao mesmo tempo está a ser integrada com parceiros europeus no âmbito de um projeto de pré-comercialização», sustenta o investigador, que sublinha que o trabalho em curso dá seguimento a uma das linhas de investigação do Centro de Investigação em Engenharia Biomédica (C-BER) do INESC TEC – Advanced Human Sensing – que visa o desenvolvimento de novos sistemas de sensorização.

A solução encontra-se, atualmente, em fase final de desenvolvimento e o INESC TEC espera que dentro de alguns meses possa ser testada por várias equipas de primeiros socorros, nomeadamente equipas de emergência médica, bombeiros ou proteção civil.