Perspectivas para 2007

Segundo o Institut Français de la Mode (IFM), o ano de 2006 caracterizou-se, finalmente, por uma certa estabilização das importações europeias de vestuário com origem na China. Em contrapartida, o aprovisionamento com origem na generalidade dos países asiáticos deverá progredir, em valor, de cerca de 20%. A reintrodução das quotas numa dezena de categorias de produtos provenientes da China levou os distribuidores, confeccionadores e marcas a procurar outros países fornecedores.Este movimento beneficiou essencialmente a Ásia, como prova o crescimento dos produtos oriundos de Hong Kong ao longo dos oito primeiros meses de 2006: + 232 % em valor comparativamente com 2005 (+ 24 % provenientes da Índia, + 35 % vindos do Bangladesh). Será que, em 2008, aquando da abolição das últimas quotas chinesas, se vai reviver uma situação idêntica àquela que sobreveio no início de 2005?Pode-se inegavelmente esperar que a partir do final do próximo ano se registe um reforço dos aprovisionamentos com origem na China. Este efeito de balancé far-se-á nomeadamente em detrimento de Hong Kong e do Bangladesh.O entusiasmo pela China será, todavia, menor do que em 2005, já que os responsáveis pelas encomendas têm tendência a diversificar o sourcing para não depender de um único fornecedor. Além disso, mostrarão alguma prudência na medida em que ainda não esqueceram a situação vivida no Verão de 2005, durante o bloqueio das mercadorias nos portos europeus. Além da salvaguarda das compras, a diversificação das zonas de aprovisionamento permite aos compradores europeus valorizar melhor o know-how das diferentes regiões do mundo. A diversificação das compras permite igualmente responder aos imperativos da reactividade. Por consequência, os confeccionadores marroquinos e tunisinos reencontram um ganho de actividade desde o último Verão graças aos pedidos de actualizações por parte dos distribuidores. O alargamento da União EuropeiaDesde o início do corrente ano, a União Europeia conta com dois novos membros: a Bulgária e a Roménia. Estes dois países da Europa Oriental apresentam uma indústria têxtil e de vestuário importante, com 170.000 e 380.000 postos de trabalho, respectivamente. Deste modo, o peso deste sector viu-se reforçado no seio da UE com o alargamento. A passagem para 27 traduz-se, de forma mecânica, por um aumento do comércio intra-europeu, já que os fluxos de exportação dos 25 para os dois novos Estados membros (tal como as importações dos 25 com origem nestes países) são agora contabilizadas dentro do comércio intra-UE. Por consequência, as exportações da UE a 27 com destino a países exteriores à Comunidade deverão diminuir de 12% em valor para o têxtil e de 4% para o vestuário. O efeito positivo das exportações da Roménia e da Bulgária para os países exteriores à Comunidade é bastante débil.Deste modo, as exportações da UE deverão perder cerca de dois pontos de parte de mercado do comércio têxtil mundial em 2007 contra os 0,1 ponto no vestuário. De igual modo, relativamente à diminuição de 8% em valor das importações de vestuário da UE provenientes dos países exteriores, a parte da China em termos dos aprovisionamentos europeus deverá ganhar dois pontos.