Temos o destino que merecemos, Albert Einstein
A Comunicação Social destacou, recentemente, a perda da competitividade da economia portuguesa, que, desde o ano transacto, desceu um lugar no ranking dos países mais eficientes do mundo, remetendo-se para um modesto 29º. lugar, entre 47 analisados. Senão vejamos, o que tem determinado o crescimento exponencial de economias como a irlandesa, a norte-americana, a finlandesa ou de alguns países asiáticos, têm sido, essencialmente, os investimentos prioritários e criteriosos na educação, na formação, na introdução de novas tecnologias, na reforma do Estado, tornando este menos intervencionista e mais regulador, no aumento da abertura ao exterior e na capacidade de atracção de capitais e recursos da mais variada ordem. Mas Portugal, nos últimos anos ainda tem feito pior. Não só se descurou na política do betão, enredando-se em sucessivos planeamentos e projectos e pouca ou nenhuma concretização, como não conseguiu traçar um rumo consistente e sólido que privilegiasse o enriquecimento das capacidades humanas autócnes. Em contrapartida, vivemos num país atordoado e auto-satisfeito com a sua pequena vidinha, para o qual pouco ou nada importa o futuro como se a Providência estivesse encarregada de tudo tratar. Dizia Miguel de Unamuno, talvez um dos maiores pensadores deste século, que os portugueses são um povo de desistentes e de suicidas. É que crescer não significa engordar e o engano do consumo desenfreado, que nos assaltou há cerca de uma década, só provoca o último efeito, que, fatalmente tem como desfecho a perda da agilidade, tão necessária quando o percurso da História se tornou uma corrida veloz e implacável. O ranking internacional da competitividade é, neste contexto, um verdadeiro quadro classificativo numa prova que estamos nitidamente a perder.
Paulo Vaz secretário-geral da APIM