Parcerias levam CrisHome mais longe

Dentro do sector dos têxteis-lar ou em áreas adjacentes, a CrisHome tem feito das parcerias um trunfo para crescer e chegar a novos territórios. Uma forma de estar que a empresa, que tem desde o ano passado novas instalações, pretende continuar a abraçar, com novidades a caminho.

Cristina Teixeira

«Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado com certeza vai mais longe», escreveu Clarice Lispector, e esse tem sido o lema da CrisHome. «Sozinhos não vamos a lado nenhum», acredita Cristina Teixeira, CEO da empresa especializada em roupa de cama.

Os primeiros passos da empresa, e nas parcerias, foram dados na “casa” da Gipanolar, com a qual mantém até hoje uma forte ligação, apesar de, desde o ano passado, ter-se mudado para novas instalações. «Eles estão no felpo, nós estamos na cama, entendemos que faz todo o sentido. Fazemos constantemente troca de clientes, troca de contactos, normalmente vamos a feiras juntos e otimizamos o stand e as coleções», explica. «No ano passado mudámos de instalações, mas mantemos os mesmos moldes de trabalho», acrescenta.

Mais recentemente, a CrisHome foi mais longe e desafiou três empresas – a Cristema (cutelarias), a Sebastião & Martins (embalagens) e a Quinta dos Encados (vinhos) – para criar um presente especial para o Dia da Mãe: uma caixa produzida em cartão reciclado e reutilizável, com dois jogos de tabuleiro desenhados na mesma, com dois individuais em linho, cutelarias e a entrada num concurso para uma experiência vínica. «Tentámos meter neste pack o cunho Guimarães Marca e do Made in Portugal», sublinha.

«Se cada um souber respeitar o seu negócio, há mercado para todos e podemos aproveitar este selo de Portugal para fazermos coisas diferentes», realça Cristina Teixeira. Por isso mesmo, para além de ter já novas parcerias em estudo, a CEO da CrisHome revela estar «disponível para colaborar com outros que tenham ideias».

Crescimento sustentado

A expansão do negócio, e consequente necessidade de mais espaço, levou a CrisHome a mudar de instalações no ano passado. «O sítio físico já não acompanhava o conceito da marca. Precisávamos de um showroom e também de começar a fazer algumas coisas internamente», aponta a CEO, que indica que «vamos ter o corte brevemente». Quanto a outras áreas produtivas, a subcontratação irá manter-se. «Estamos muito bem servidos», assume.

O espaço transmite também o posicionamento da CrisHome. «Gosto de posicionar a empresa com uma imagem de qualidade média-alta, que é o segmento em que estamos, uma imagem simples, mas cuidada. Temos umas instalações bonitas e modernas. Também trabalhamos com mercados muito exigentes e, como eu costumo dizer, “os olhos também compram”. Uma capa de edredão dobrada terá menos impacto do que numa cama. Neste momento, já temos quatro camas no showroom, já conseguimos ter mais condições para expor e receber os nossos clientes», justifica.

Além disso, a empresa dispõe também de um stock service que é já uma referência para os clientes. «Temos um stock service de lisos que começa numa gama de percal 200 fios com 40 cores, depois crescemos para um cetim 300 fios com 40 cores também disponíveis. Os clientes que nos procuram conseguem ter uma variedade de cores muito grande e não precisam de comprar grandes quantidades – é uma vantagem. Depois evoluímos para uma gama superior em percal 400 fios com 10 cores permanentes e cetim 600 fios também com 10 cores permanentes. Somos muito flexíveis no estampado digital, porque aceitamos encomendas desde 200 metros, portanto, encomendas relativamente pequenas», enumera Cristina Teixeira.

A oferta da empresa é complementada pelo private label, cumprindo as especificações das marcas, e também por uma área de acessórios, como bolsas e sacos. «Estamos sempre abertos a desafios novos», salienta a CEO.

Depois de um volume de negócios que rondou os 3 milhões de euros em 2022, este ano a conjuntura está mais difícil. «No final do ano passado já adivinhava que íamos ter um ano difícil e este ano está realmente a ser difícil. Costumo dizer que pareço mais um supermercado dos clientes. Os clientes continuam a comprar, todos os clientes continuam a comprar, mas metade», afirma. Um cenário que, antecipa Cristina Teixeira, poderá melhorar, mas apenas no final de 2023. «Acho que até ao outono vamos continuar num abrandamento significativo. Acredito que depois, no outono a chegar ao inverno, as coisas vão começar a animar novamente», prevê.

Os objetivos para a CrisHome, que vende sobretudo no mercado europeu, são essencialmente de consolidação, mas com novidades a caminho. «Fizemos investimentos, temos de ir crescendo com calma e procurar, pelo menos, não baixar muito aquilo que já fizemos. Temos alguns produtos novos que gostávamos de lançar na fileira casa, mas um bocadinho fora da nossa zona de conforto, fora da cama. Não sei se vai ser este ano, se vai ser no próximo. Neste momento estamos a semear, a adquirir algum know-how também para fazer essas coisas», conclui Cristina Teixeira.