Parcerias: a solução para empresas em crise

A marca portuguesa Ana Sousa mantém a sua estratégia de crescimento. Nuno Sousa, administrador da Flor da Moda, empresa que produz e comercializa a marca, em declarações ao Jornal Têxtil afirmou que “os objectivos traçados para este ano estão a ser concretizados na totalidade. Em relação ao mercado interno, um dos mais importantes é aumentar a rede de lojas Ana Sousa, dando sempre prioridade a zonas do país em que a marca Ana Sousa ainda não esteja implantada, colmatando a falta de reconhecimento da mesma. Neste contexto, além das duas lojas recentemente inauguradas em Odivelas e no Montijo, está prevista a abertura de mais seis lojas, como por exemplo, em Cascais, Santarém ou Viana do Castelo. Vamos começar a trabalhar no mercado açoriano, com uma loja em Ponta Delgada, na ilha de S. Miguel”. O administrador revelou que todas as lojas novas devem inaugurar com a apresentação da colecção Outono/Inverno para 2003/ 04. “Os timings são apertados e podem parecer arriscados, mas a estratégia da Flor da Moda sempre teve e continua a ter como base um crescimento sustentado. Esta situação revela-se, por exemplo, nos dados que indicam um crescimento das vendas em 2003, relativamente ao mesmo período do ano passado”, realçou Nuno Sousa. No entanto, o nosso interlocutor não quis deixar de comentar o clima de crise que se vive na ITV nacional. “Não contesto os indicadores económicos, que são pouco animadores, mas também é necessário desmistificar a situação do sector, uma vez que o clima depressivo e de descrédito no futuro não ajuda ninguém”. Para Nuno Sousa, os orgãos de informação têm alguma culpa. “Ao referirem apenas os casos negativos, com um destaque algo exagerado, apresentam a realidade distorcida. Numa altura preocupante como a actual, estimular a confiança económica também deve ser um dos papeis da comunicação social. Deviam também referir empresas como a nossa, cuja atitude e resultados provam que a ITV nacional é viável, com condições de evoluir e crescer”. Segundo Nuno Sousa, apesar de agravada pelo contexto internacional desfavorável, esta crise já estava anunciada há muito tempo. “Não compreendo como alguns empresários foram, pelo menos aparentemente, apanhados de surpresa, uma vez que tiveram tempo e ferramentas suficientes para se prepararem. Mas se o tempo foi desperdiçado e as ferramentas mal utilizadas, o mercado está a fazer uma selecção natural, que é cíclica e que só beneficia o sector. Quem não aproveitou as oportunidades dadas, traçou o seu destino”. A situação de crise, para algumas empresas, é a mais difícil de sempre, mas Nuno Sousa considera que devem tentar transformar as dificuldades numa oportunidade para corrigir problemas e criar uma maior apetência para estabelecer parcerias com empresas mais sólidas. “ Como depende de todos nós ultrapassarmos este momento difícil, não podemos estar de costas uns para os outros, temos de remar juntos, mesmo que seja contra a corrente”.