Paquistão pronto para o negócio

A embaixadora americana Wendy Chamberlin, ao visitar uma fábrica de vestuário perto de Lahore, aconselhou as empresas e consumidores americanos a comprar produtos do Paquistão, afirmando que este está «pronto para o negócio». Chamberlin fez os seus comentários durante uma visita à Highnoon Textiles Ltd. A empresa foi atingida fortemente por uma queda nas suas encomendas por parte dos compradores americanos, desde os ataques terroristas aos Estados Unidos e o início da acção militar no seu vizinho Afeganistão. «O Paquistão está aberto para os negócios. É um parceiro de confiança. Esta é a minha mensagem para os compradores têxteis americanos,» disse Chamberlin aos jornalistas que a acompanharam na visita à fábrica, e cuja lista de clientes inclui a Levi’s, Chaps Ralph Lauren, Calvin Klein, Eddie Bauer e Gap. «O acto mais patriótico a ter, se se for americano, é comprar produtos paquistaneses, porque quanto mais forte for o nosso parceiro Paquistão, mais forte é o nosso parceiro contra o terrorismo no Afeganistão.» O director geral da Highnoon, Babar Agha, disse à embaixadora que a sua empresa perdeu quase 70% das suas encomendas para Janeiro e 90% para Fevereiro de 2002, obrigando ao despedimento de 480 trabalhadores em Outubro e Novembro, e mais 250 esperados para Dezembro. Tanto Agha como a embaixadora Chamberlin concordaram que não há razão para os compradores americanos não negociarem com o Paquistão. «As actividades industriais e comerciais estão a decorrer normalmente e sem interrupções.» Uma inspecção a 40 empresas em Lahore, Karachi e Faisalabad mostraram um declínio de cerca de 60% nas encomendas de roupa que seriam confeccionadas durante um período de três meses a partir de Dezembro. As empresas anunciaram que nas últimas semanas despediram 16 091 trabalhadores, ou seja, 36% da sua força de trabalho. Babar Agha insistiu para que os estados Unidos suspendessem as tarifas nas exportações do Paquistão, afirmando que essa atitude irá beneficiar os consumidores americanos e salvar milhares de postos de trabalho no Paquistão. Os Estados Unidos são o maior cliente do Paquistão, tendo importado 2.2 mil milhões de dólares (501 milhões de contos) em artigos só no ano passado. Têxteis e vestuário representam 86% do total. O Grupo de Têxtil e Vestuário do Paquistão (Pakistani Textile & Apparel Group), que ajudou a preparar a visita à fábrica, é uma aliança entre os fabricantes do têxtil e vestuário e compradores das empresas americanas que importam artigos do Paquistão.