A start-up sediada em Londres, que já lançou no mercado inovações como calças fabricadas com urtigas dos Himalaias e isolamento para vestuário exterior produzido a partir de flores selvagens, está a recuperar os restos da produção dos seus fatos de treino e t-shirts e a misturá-los com algodão orgânico para criar novos fios. A malha resultante, revela a empresa, não só traz uma «cor única» devido à mistura das fibras reutilizadas, mas também a aproxima do objetivo de fechar o seu próprio ciclo produtivo. A coleção cápsula unissexo está disponível em exclusivo no website da Pangaia.
Batizada Reclaim, a coleção é a mais recente manifestação da colaboração da Pangaia com a RDD, que faz parte do grupo Valérius. A empresa portuguesa já trabalhou com a start-up para lançar produtos como a FrutFiber e a PlntFiber, que incorporam subprodutos da agricultura, e a C-Fiber, que combina polpa de eucalipto e pó de alga. A RDD também tem estado a trabalhar em parceria com a Pangaia e a Colorifix para dar vida a uma gama de loungewear tingida com cortantes naturais.
Com a Reclaim, a Pangaia e a RDD estão a reforçar a sua parceria estratégica no longo prazo para codesenvolver e lançar inovações na ciência dos materiais com a meta de que se tornem generalizados, escreve o Sourcing Journal.
«Com as instalações da RDD, podemos literalmente passar da investigação inicial até ao produto que pode ser vendido a grande escala», explica Amanda Parkers ao Sourcing Journal. «Por isso dá-nos uma maior coesão – podemos ser mais rápidos a integrar a confeção à medida que avançamos com todas as nossas inovações», acrescenta.
A Pangaia, por seu lado, é capaz de ajudar a RDD a criar novos produtos e medir o impacto ambiental de «tudo o que queremos criar», afirma Elsa Parente, CEO da RDD, ao Sourcing Journal, acrescentando que estão a criar uma «nova fórmula» para a indústria da moda que dá prioridade à inovação e à colaboração.
Reciclagem pós-consumo em análise
A Pangaia tem planos a longo prazo para recuperar produtos que vendeu para reciclagem, embora a logística para o fazer tenha de ser completamente revista. «Estamos igualmente a pensar em coisas como a revenda antes da reciclagem, mas tudo o que podemos fazer a montante e jusante da cadeia de aprovisionamento está em discussão», adianta. «Isto foi uma decisão óbvia – resíduos pré-consumo de elevada qualidade. Começámos aí», conclui Amanda Parkers.