Otherwise dá os primeiros passos lá fora

Embora seja a primeira vez que está a apresentar-se numa feira internacional, a história da marca mostra que as fronteiras não são uma limitação para a Otherwise.

Na verdade, como revela o cofundador Manuel Ochoa ao Portugal Têxtil, a marca nasceu «quando um dos fundadores, em 2006, foi para a Índia estudar joalharia e ficou por lá uns tempos a viver para conhecer o país, apaixonou-se pelos tecidos, materiais, cores e técnicas de trabalho manual e fundou uma marca para mulher chamada Dream Catchers. Em 2016 desafiou-me para, em conjunto, criarmos uma marca para homem dentro do mesmo conceito».

A ligação com a Índia permanece até hoje, uma vez que a Otherwise tem na produção manual um dos seus pilares. «Disponibilizamos peças totalmente feitas à mão, tecidas à mão, tingidas ou estampadas à mão e também bordadas à mão – tecidos de técnicas ancestrais, algumas delas reconhecidas pela UNESCO como património imaterial, que demoram até quatro meses a serem feitos para fazer cerca de 40/50 camisas», aponta.

O conceito de slow fashion é, por isso, um dos traços distintivos da Otherwise, a que se junta a exclusividade. «Fazemos edições limitadas de poucas peças por padrão, até 60 unidades», realça Manuel Ochoa.

É esta diferenciação que, acredita o cofundador, deverá ser uma vantagem na apresentação em Las Vegas, na feira Project, onde a marca está presente com o apoio do projeto conjunto 100% ModaPortugal, tal como a 8000Kicks, a DCK, a d.RT, a Inimigo, a Paez e a Carrier Co. (esta última na feira Magic).

«Não crio expectativas porque é o primeiro passo para nos desiludirmos. No entanto, tenho muita confiança na diferenciação do meu produto e sei que, de todas as marcas presentes na feira, haverá poucas ou nenhumas que apresentarão produtos como os da Otherwise. Vamos esperar que tenha aceitação e procura essencialmente no mercado americano», afirma o cofundador.

Atualmente a marca, que tem presença nos mercados português e espanhol (este último através de um distribuidor), conta com três lojas próprias em Lisboa – Campo de Ourique, Príncipe Real e São Bento –, estando ainda à venda online e em vários retalhistas, incluindo a Ericeira Surf Shop e o El Corte Inglés.

Os planos da Otherwise, que tem «intenções de trabalhar em Portugal, mas sendo fiel ao nosso conceito de trabalho manual», são continuar a crescer, especialmente nos mercados externos. «A estratégia de crescimento da Otherwise nos próximos anos será a participação em mais feiras no sentido de internacionalizar a marca ao máximo», assume Manuel Ochoa.

Já a nível de produto, o objetivo «é continuar a apresentar técnicas de trabalho manual desconhecidas ou que possamos de alguma forma reinventar, designs impactantes, lançar novos produtos», conclui o cofundador da Otherwise.