Rodrigo Azambuja, licenciado em Belas Artes e de nacionalidade brasileira, filho de Malu Pereira, um reconhecido nome no contexto da decoração no nosso país, associou a criatividade aos negócios numa arte tipicamente portuguesa como os tapetes de Arraiolos, inovando em artigos hoje solicitados a nível mundial. Com um percurso iniciado como director de arte em agências de publicidade do Rio de Janeiro e em S. Paulo, seguiu-se a exclusividade da sua eterna paixão, a tapeçaria, com a preciosa ajuda do património cultural sobre o tema que a Renaissance, a empresa da sua mãe, lhe veio proporcionar, juntamente com uma carteira de potenciais clientes. Para posteriormente ser trabalhado neste tipo de ponto que denominamos por Arraiolos, conhecido em alguns países por ponto cruzado ou obliquo, de origem eslava milenária, praticado na península há pelo menos oitocentos anos, este criativo aprendeu a desenhar em quadrícula, uma simples técnica de desenho têxtil aplicável a qualquer género de material. Devido à morosidade do processo, decidiu investir num Macintosh, com algum software específico de apoio, permitindo actualmente apresentar aos seus clientes uma impressão do que irá ser o tapete, em escala, e com uma grande aproximação das cores. Os desenhos poderão ser tal como o cliente deseja ou pura invenção sua, tendo até hoje apresentado peças únicas, realizadas á mão e por medida. Esta também constitui uma particularidade, devido às constantes encomendas de tapetes de grande dimensão, uma circunstância atípica nestas peças de Arraiolos. « Já me encomendaram para o BCP, na rua Augusta, um exemplar de dezoito metros por sete, e feito em tempo recorde: durante quatro meses e meio mantive 36 bordadeiras efectivas, a trabalharem dezoito horas por dia, em dois turnos, incluindo aos Sábados», adianta, acrescentando que ainda trabalha com três produtores no Norte do país que, com grupos de bordadeiras, se responsabilizam pela manufactura dos tapetes. Refira-se que a peça em questão custou a módica quantia de dez mil e quinhentos contos. Rodrigo Azambuja prefere que o negócio se processe passando a palavra de cliente para cliente, não investindo em publicidade, com uma produção anual de cerca de trinta tapetes que não deseja aumentar dada a criatividade e exclusividade dos seus tapetes.