
Perante as criticas que são feitas (ver Parte 1) os GCD (grupos de capital de desenvolvimento) contrapõem que se tornaram mais sofisticados e que, relativamente ao modelo tradicional, podem trazer diversas vantagens para as empresas. Entre os quadros de topo encontram-se agora industriais (como Jack Welch, antigo director do conselho de administração da General Electric), em vez de apenas engenheiros financeiros. Para além deste facto, de acordo com estas empresas, eles possuem uma cultura que reflecte a sua vigilância em relação à forma como as suas empresas são geridas.Segundo os responsáveis dos GCD, é uma ilusão considerar que são apenas divisores de recursos. Argumentando que muitas das empresas onde penetram já passaram por um rigoroso processo de corte de custos, tal significa que a folha de balanço pode apenas ser melhorada através do crescimento das vendas na altura em que os GCD assumem o comando. Para além desta questão, segundo estes responsáveis, os GCD não usufruem de qualquer benefício fiscal que não esteja disponível para outras pessoas ou empresas.Mas acima de tudo, os apoiantes dos GCD referem que estes estão no negócio de salvar empresas que de outra forma estariam num sentido descendente. Pode ser necessário tomar decisões difíceis, mas estas são tomadas com o objectivo de criar um negócio rentável e viável no futuro.Para além destes argumentos, o facto de serem detidos por capitais privados e de não divulgarem as suas aquisições, possibilita que os GCD possam tomar decisões de gestão controversas. Esta possibilidade é argumentada como sendo no melhor interesse do negócio em causa, na medida em que não existe a preocupação com a reacção de accionistas ou a necessidade de revelar informação publicamente ao abrigo das regras de divulgação vigentes no mercado da bolsa de valores. Os GCD argumentam ainda que os grandes escândalos empresariais (como o que ocorreu na Enron), que afectam os mercados, tendem a ocorrer em empresas com capitais cotados em bolsa.Mas os recursos humanos continuam a recear a perda dos seus postos de trabalho quando se prefigura no horizonte um negócio com um GCD e a questão sobre a quem os GCD devem responder (normalmente a apenas pequenos grupos de investidores privados e provedores de crédito) continua a ser uma preocupação real."Os maus da fita"Fomentado pelos meios de comunicação, a imagem de "mau da fita" que os GCD tinham na década de 1980 voltou à ribalta. No Reino Unido, os sindicatos começaram a fazer campanha a favor de um imposto extraordinário sobre os fundos. O novo primeiro-ministro britânico Gordon Brown foi apontado como referindo que vai rever as regras de imposto para os sócios de empresas de capital de desenvolvimento.A argumentação vai continuar, mas, ao longo destes anos, os GCD cresceram, envolvendo-se em fusões e aquisições cada vez maiores ou forçando aquisições suportadas por níveis crescentes de dívidas.Raramente passa uma semana sem que sejam divulgadas notícias de um grande negócio envolvendo um GCD ou referindo que um GCD está interessado numa grande empresa. Eles estão activos em todo o mundo e em muitos sectores da indústria e do retalho. De acordo com a previsão da Standard & Poor, as aquisições do capital de desenvolvimento na Europa e nos Estados Unidos aumentaram para os 440 mil milhões de dólares em 2006, partindo de um valor de 100 mil milhões de dólares em 2003. Estima-se que, considerando apenas os Estados Unidos, existam hoje em dia perto de 3.000 grupos de capital de desenvolvimento e empresas de capital de risco.O crescimento do capital de desenvolvimentoMas, o que é que está na base do crescimento do capital de desenvolvimento? De acordo com analistas da City, existe muito dinheiro disponível à procura de uma aplicação, resultado da falta de alternativas em tempos de reduzido valor nas taxas de juros. Os GCD oferecem um risco relativamente baixo e um elevado retorno no investimento.Os seus métodos permanecem controversos, mas a sua influência está sem dúvida a crescer. As instituições financeiras e os gestores de fundos debandaram na sua direcção. Os GCD têm sido capazes de financiar aquisições facilmente através de enormes empréstimos; se o activo de uma empresa é colocado num valor elevado, os GCD são cada vez mais os únicos capazes de angariar dinheiro suficiente.Os negócios têm crescido, as carteiras de empresas engrossaram e as dívidas ficaram ainda maiores. As grandes empresas de capital de desenvolvimento são actualmente forças com um poder imenso.