Os próximos passos da tecnologia

Um olhar mais atento sobre o impacto da tecnologia e das inovações introduzidas na mais recente edição da Consumer Electronics Show, que decorreu entre os dias 5 e 8 de janeiro em Las Vegas, permite antecipar alterações às regras do jogo da tecnologia e, por consequência, à forma como os consumidores interagem com os seus gadgets.

Depois da especulação que marcou as edições anteriores, a última CES (ver CES 2017: a antecipação), analisa o portal WGSN, viu as marcas de automóveis a comprometerem-se com prazos para o lançamento de veículos autónomos. A Ford asseverou lançar um veículo totalmente autónomo em 2021 e a Audi a dar uma resposta à altura até 2020. Entretanto, algumas empresas apostaram não na tecnologia, mas em alguns elementos: o FF91 da Faraday Future, por exemplo, terá uma função de estacionamento automático, enquanto a Nissan anunciou que o próximo Leaf EV apresentará autonomia nas viagens em autoestradas.

Porém, neste contexto, a Honda foi ainda mais longe. A visão da construtora explora a ideia de que os carros autónomos poderão vir a arrecadar dinheiro para os seus proprietários, conduzindo outros utilizadores quando não estão a ser usados pelos donos. O que motivou as seguintes questões junto dos especialistas: Será isto a economia de partilha 2.0? O que acontecerá com plataformas como a Uber e a Cabify?

A voz será mais importante do que nunca

O serviço de controlo de voz Alexa da Amazon é a tecnologia vencedora de 2017. Durante a CES, a Amazon antecipou até 40 integrações da Alexa, mas há muitas mais – do frigorífico Smart InstaView  da LG à impressora ativada por voz da Canon. Serviços de voz como o Xperia Agent da Sony e o caixote de lixo controlado por voz da Simplehuman estão a competir por uma quota de mercado. As questões-chave são: com que produtos vão querer os consumidores conversar? Como garantir a força de uma marca para que esta seja a primeira coisa que os consumidores pedem (em vez de pedirem termos genéricos como “calças”)?

O fim das barreiras linguísticas

O fenómeno da globalização está a motivar uma comunicação transcultural, com a tradução em tempo real a derrubar as barreiras linguísticas. Projetada para os viajantes de negócios, o sistema de tradução multilíngue da Panasonic oferece fones conectados a colunas (com o auxílio de um tablet) que traduz vários idiomas ao mesmo tempo. A aplicabilidade da aposta da Panasonic passa, por exemplo, pelos hotéis.

Depois há também os fones e microfones inteligentes da Mymanu, que prometem traduzir 37 idiomas em tempo real. Com um preço de 155 libras (aproximadamente 145 euros), esta tecnologia vai estar disponível em maio.