Depois de vários anos de crise, em 1998 foi apresentado o projecto Vale do Ave Fashion, que se propunha a renovar e recuperar a imagem negativa em que o sector têxtil desta região tinha caído. Três anos passaram e o projecto continua na gaveta. O projecto surgiu no seio da Agência de Desenvolvimento Regional do Vale Ave (ADRAVE), inserido no Programa de Desenvolvimento do Ave (PROAVE). Manuel Ferreira então gestor do programa, anunciava grandes mudanças, chamava-lhe nova era. A proposta passava pelo lançamento de uma etiqueta própria de vestuário confeccionado na região do Ave, que iria conter a inscrição Produzido no Vale do Ave com Orgulho e Tradição. As actividades a pôr em prática eram diversas, desde a criação de um centro de design e moda, uma rede de centros de tele-trabalho (para a divulgação dos produtos pela internet), um centro de informação e documentação e previa-se mesmo a inauguração de um fashion-café para passagem de modelos tudo centrado numa antiga fábrica têxtil de Guimarães, na Caldeiroa. Esperava-se transformar este local, situado na zona antiga da cidade, num palco de espectáculos e desfiles de moda, numa permanente amostra dos produtos do Ave. Mas, nem mesmo com o apoio da Câmara Municipal de Guimarães o projecto arrancou. Tenho pena que o projecto não tenha avançado, lamenta Manuel Ferreira, justificando o seu afastamento do processo com a sua nomeação a vice-governador civil de Braga. Jaime Quezado, hoje responsável pela Agência de Inovação da Associação Empresarial (AEP), também fez parte desta iniciativa e depois de várias reuniões e obstáculos ultrapassados admite que o Vale do Ave Fashion falhou, mas não definitivamente, é uma questão de oportunidade, acrescenta.