Durante a sexta cimeira ministerial de Hong Kong, as questões associadas com o comércio do algodão foram abordadas no âmbito da discussão sobre a liberalização do mercado para os produtos agrícolas. Enquadradas na agenda de desenvolvimento de Doha no âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC), as questões relacionadas com o algodão assentam em três princípios de base, nomeadamente: acesso a mercados, apoios governamentais e concorrência no mercado internacional.
No âmbito das negociações da cimeira ministerial de Hong Kong, ficaram definidas as seguintes linhas directrizes para a regulamentação do comércio internacional de algodão: Todas as formas de subsídios à exportação para o algodão devem ser eliminados pelos países desenvolvidos em 2006; No acesso ao mercado, os países desenvolvidos vão conceder o acesso isento de quotas e taxas alfandegárias para as exportações de algodão com origem em países menos desenvolvidos, a partir do início do período de implementação de um dos acordos finais estabelecidos no âmbito das negociações de Doha; No âmbito das negociações, ficou reconhecido que o objectivo de redução dos subsídios domésticos para a produção de algodão, deve ser privilegiado ao nível da rapidez de aplicação e no âmbito da redução, sendo assumida a prioridade do algodão no âmbito dos produtos agrícolas. Sobre esta orientação prevêem-se desenvolvimentos mais concretos a partir do dia 30 de Abril de 2006. Para além destas medidas, foi ainda abordada a importância de melhorar a eficiência e a competitividade do processo de produção do algodão, sendo feito o apelo no sentido de promover e apoiar a cooperação entre os países do hemisfério Sul, incluindo a transferência de tecnologia. Em seguimento destas medidas, os países da África Ocidental que procuram a eliminação dos subsídios à produção nos países desenvolvidos registaram uma vitória parcial em Hong Kong, beneficiando da eliminação dos apoios à exportação e do melhor acesso ao mercado norte-americano.