A partir de uma conversa com a mãe, Renata Henriques, criativa e uma das proprietárias da Misses White, transpôs a paixão pela moda e pelo branco para a criação da marca em dezembro de 2018. «A ideia veio da Renata. Surgiu de uma conversa porque era pena não haver uma loja só de camisas brancas. Não há ninguém que vá ao armário e não tenha uma camisa branca, mas têm o problema de que se nós a usarmos muitas vezes parece que estamos sempre de bata. Daí a ideia da versatilidade da marca, que passou para outras peças também», revela Vanessa Cardoso, a outra proprietária da marca.
Com o lema “Our shirts are white. Your personality isn’t”, o nome da marca vem do facto da Misses White se direcionar apenas para o público feminino e por apresentar peças brancas. «É uma marca para mulher, portanto faz todo o sentido ser Misses e o White porque é branco. Aliás, o nome de cada peça é dado por uma característica específica da mulher. Misses Bright, Misses Powerful, Misses Authentic… São sempre características do lado feminino que toda a gente aprecia. Há todo um conceito por detrás da marca, há o interesse na mulher», explica ao Portugal Têxtil.
Ainda que o branco e as camisas sejam o foco da marca, existem outras peças disponíveis, como casacos e saias, de outras cores. «Temos uma coleção intemporal, fixa. Depois fazemos pequenas coleções cápsula. Recentemente fizemos uma Colour Collection com alguns dos bestsellers do verão em tecidos mais grossos, agora para o inverno», adianta. «O nosso foco é e vai ser sempre roupa branca. Mas vai haver sempre pequenas peças noutras cores. Por exemplo, agora para o Natal, vamos ter preto, prateado…», afirma.
As peças-chave da Misses White são as camisas que, ainda que sejam da mesma cor, em nada se assemelham, dada «a versatilidade» das diferentes aplicações. «As camisas podem ser alteradas com várias componentes. Acessórios, colarinhos, suspensórios, diferentes golas que transformam a camisa, cintos… Uma série de acessórios que muda completamente o look», assegura Vanessa Cardoso.
Novidade é o fator pelo qual a Misses White se distingue no mercado, por ser um projeto que «não está explorado» pelas outras marcas. «Acho que esta ideia de versatilidade e do reaproveitamento de cada peça ao dar-lhe uma nova vida com acessórios é um conceito realmente novo. Conseguimos manter aquilo que é tradicional e mais clássico, que é a camisa branca, e dar-lhe um twist de novidade», aponta.
Algodão, liocel, viscose, linho e algodão são alumas das matérias-primas utilizadas no fabrico das peças da marca, que conta com «produções muito pequeninas» numa fábrica sediada em Braga e outra em Paços de Ferreira. O próximo passo será «escalar a produção».
Cuidado e aceitação
A Misses White, que não exclui nenhuma mulher, uma vez que as peças têm todos os tamanhos necessários para todos as formas de corpos, está à venda online e também em lojas multimarca. «Temos uma em Braga, outra no Porto, estamos em Lisboa na 39A da Raquel Prates e temos o nosso website», indica Vanessa Cardoso.
Apesar da marca ser especializada em camisas, isso não faz com que fidelizar o consumidor seja uma dificuldade. «A aceitação tem sido extraordinária em todos os aspetos. Temos clientes que compram online e vão regressando, uma loja na qual estamos agora, a Maisena no Porto. Lembro-me de nos perguntarem se “o facto de ser só roupa branca como é que as pessoas voltam?” Voltam. Temos imenso cuidado com a confeção, queremos que a cliente volte, até porque as peças não são baratas, portanto queremos que fique satisfeita com aquilo que estamos a fazer», reconhece.
Prova de que a aceitação está a revelar-se positiva são os vários pedidos da marca para casamentos civis, um mercado para o qual a Misses White está a caminhar. «Dá para usar em qualquer ocasião e, portanto, é um mercado novo para o qual queremos entrar. E achamos que as nossas camisas têm um toque de elegância e sofisticação para isso», admite.
Aprendizagem e investimento
Para a Misses White o ano tem sido uma aprendizagem de modo a que, a longo prazo, se possa sentir o retorno. «O volume de negócios não foi muito alto este ano. É um ano de apresentação e investimento. Foi mesmo reduzido, não deve ter chegado aos 25 mil euros de faturação. O primeiro passo é mesmo aprender. Agora vamos tentar o mercado internacional», desvenda Vanessa Cardoso.
Os EUA são o mercado mais desejado, mas, para já, o futuro passa pela presença em feiras para promover a visibilidade, por apostar nas redes sociais e recorrer a influenciadores digitais para ajudar na divulgação. «Oferecemos algumas camisas a pessoas que admiramos. E que achamos que realmente vão gostar da marca. Temos tido um ótimo feedback através disso. Mas não é o que utilizamos mais nem o que queremos utilizar mais, mas faz parte», conclui.