O senhor que se segue

A Marks&Spencer nomeou Marc Bolland como o seu próximo líder, tendo preferido o especialista em marketing que liderou uma reviravolta na Wm Morrison Supermarkets a diversos candidatos internos. A M&S espera, assim, que as capacidades de marketing e conhecimento de negócios internacionais do seu novo CEO compensem a sua falta de experiência na venda de vestuário. «Marc Bolland tem a juventude, a energia e a vontade para o cargo», declarou aos meios de comunicação social Stuart Rose, o actual director-executivo da empresa. Embora sem data marcada para tomar posse, sabe-se, no entanto, que Bolland ficará na Morrison até ao final de Janeiro e que Stuart Rose irá ficar como presidente-executivo no máximo até Julho de 2010. «Quando todos estiverem felizes, vou-me embora», afirmou Rose. Bolland passou os últimos três anos como director-executivo da cadeia de supermercados Morrison. Antes disso foi o COO e membro do conselho executivo da Heineken NV, sedeada na Holanda. O novo director-executivo da M&S tem a reputação de usar tácticas de marketing arrojadas e de ser duro mas justo com os seus fornecedores. «Desapontaria-me se fosse brando com os fornecedores», explicou Stuart Rose, que afirmou ainda que a falta de experiência na área do vestuário de Bolland «não me perturba», considerando-o o candidato certo para gerir o crescimento internacional da M&S. «é necessário avaliar a estratégia e seguir em frente», acrescentou Rose. Após o anúncio do sucessor de Stuart Rose a 18 de Novembro, as acções da M&S subiram 6,44% na Bolsa de Valores de Londres, em resultado também da opinião favorável de muitos analistas a esta escolha, que consideram que a experiência de Bolland pode acelerar a recuperação da M&S na área alimentar, assim como levar a uma maior poupança na cadeia de aprovisionamento. Contudo, nem todos são favoráveis a esta opção, com alguns analistas a questionarem-se quanto à capacidade de Bolland para gerir o negócio de vestuário e conseguir fazer face às cadeias de discount e fast-fashion como a Primark. «Dar a volta à M&S deverá ser mais difícil para Bolland do que foi com a Morrison», indicou à Reuters a analista da Execution, Caroline Gulliver. Bolland será o segundo responsável não-britânico da M&S, depois do belga Luc Vandevelde, cuja conturbada passagem pelo cargo terminou com a segunda tentativa falhada de compra do retalhista pelo bilionário Philip Green, em 2004, e com a nomeação de Stuart Rose para CEO.