O crescente uso de malhas de trama, que apresentam um elevado nível de conforto, incentiva à inovação em matéria de corantes no sector do vestuário em malha. No entanto, a investigação e desenvolvimento de corantes comporta investimentos bastante elevados, incompatíveis com a conjuntura actual que incita as empresas sobretudo à contenção de despesas.
A última década foi testemunha de múltiplas e variadas movimentações no negócio dos corantes. A Zenaca transformou-se na ICI Fine Colours and Chemicals e depois foi adquirida pela BASF. Em seguida, a BASF integrou a DyStar que por sua vez tinha já resultado da junção das actividades na área dos corantes da Bayer e Hoechst. Na Suíça, a Sandoz converteu-se em Clariant e a Ciba fundou a Ciba Speciality Chemicals. Nos EUA, a DuPont vendeu os seus negócios em corantes à Crompton & Knowles há cerca de 25 anos. A Crompton & Knowles fundiu-se com a Yorkshire Chamicals dando origem ao Yorkshire Group que estabeleceu agora um acordo de cooperação com a Dohlman. Inevitavelmente, quando as fusões das empresas sucedem-se, a racionalização das gamas de corantes toma a dianteira, e muito do tempo da empresa. Em 2001, as mais importantes quotas de mercado individuais em produtores de corantes eram detidas pela DyStar (23%), Ciba (14%), Clariant (7%) e Yorkshire Group (5%). No passado, a inovação ditada pela maior parte dos produtores de corantes europeus era a principal força motriz do desenvolvimento da indústria têxtil do tingimento, propulsando os têxteis tingidos e estampados para novos níveis de solidez da cor à lavagem, luz e fricção. Ao longo da última década, assistiu-se à implantação de algumas das mais importantes fábricas de corantes em território chinês e, por consequência, ao aumento do comércio internacional de novos corantes e produtos intermédios. Os produtores da Europa Ocidental continuam a produzir formulações de corantes de alta qualidade com desempenho técnico superior, mas a legislação ambiental e novas directivas estão a afectar negativamente os produtores de químicos dentro da União Europeia. Além de que a competição global forçou a descida dos preços de muitos corantes, reduzindo as margens de lucro. Em Fevereiro de 2001, a UE editou o sistema REACH, segundo a qual as substâncias químicas produzidas ou comercializadas dentro do espaço da União Europeia devem ser registadas após a aplicação de um regime de testes estrito e dispendioso. O sistema REACH exige: -;o registo de todas as substâncias (>1 tonelada/ano);-;a avaliação das substâncias (>100 toneladas/ano e outras substâncias específicas);– autorização para substâncias químicas especiais. A ETAD (Ecological and Toxicological Association of Dyes and Organic Pigments Manufacturers) sublinhou, pela ocasião, que o impacto nos produtores europeus de corantes orgânicos, e especialmente na indústria têxtil a jusante seria enorme. Cerca de 5.000 corantes e produtos auxiliares existentes poderiam ser afectados pelo REACH. E os custos adicionais para os produtos vendidos na categoria 10-100 toneladas/ano poderiam ascender aos mil milhões de euros. Deste modo, a fabricação de muitas das especialidades químicas de corantes e produtos intermédios deixa de ser viável na UE. Isto tem grande impacto em toda a cadeia de fornecimento e quando as quotas de importação forem abolidas em 2005 o sector têxtil estará sujeito a pressões ainda mais severas. Da mesma forma que os efeitos da racionalização de produtos nas empresas resultantes de fusões e o sistema REACH afectam o número de corantes disponíveis, o impacto da 6ª Adenda da Directiva 67/548/EEC nas PMEs já reduziu a inovação de novos corantes em mais de 50%. Os custos médios para testes e distribuição de um novo corante na UE ascendem hoje a 150 a 200 mil euros. Deste modo, a nova regulamentação ambiental compromete seriamente a inovação em matéria de corantes. Os fabricantes de corantes usufruem hoje de um vasto conhecimento e experiência das necessidades do mercado.Softwares específicos para construir modelos de moléculas orgânicas e novos métodos de síntese de corantes possibilitaram melhores predições do desempenho e solidez à cor de novos potenciais corantes. No entanto, a investigação de novos cromóforos requer bastante tempo e investimentos avultados, que na produção futura de quantidades relativamente pequenas de corantes especiais será economicamente inviável.