O negócio Ponto por Ponto

A marca de vestuário infantil Ponto por Ponto quer conquistar o mercado espanhol e aumentar a quota de exportação.

É no centro do Porto que a produção da Ponto por Ponto está confortavelmente instalada. A empresa, dedicada a roupa de cerimónia para criança, ocupa o rés-do-chão e cave de um prédio, com a parte comercial a funcionar ao lado.

Sílvia Marques, uma das quatro irmãs sócias da Ponto por Ponto e responsável pela área comercial, contou ao Portugal Têxtil, durante o Modtissimo 2018, que «a produção é toda nossa. Infelizmente, no que diz respeito aos tecidos, poucos são portugueses. A maioria é comprada fora. Não há fábricas suficientes para este tipo de segmento», lamentou a empresária. A  marca aprovisiona-se em Itália, Espanha, Alemanha e França, entre outros (ver Uma história Ponto por Ponto).

A Ponto por Ponto tem todo o tipo de roupa de cerimónia para bebés e crianças. No primeiro caso, os modelos vão dos três aos 24 meses. No segundo, dos dois aos 14 anos. O principal mercado da marca é Portugal, mas o país vizinho já pesa nas vendas.

«Desde 2006 que estamos a tentar Espanha. Está a correr de forma mais lenta do que aquilo que pensávamos. É muito complicado trabalhar com o mercado espanhol, precisamos de agentes no local e é uma dificuldade tremenda», reconheceu Sílvia Marques. Ainda assim, a Ponto por Ponto consegue fazer alguns negócios em Espanha.

«Estivemos há um mês numa feira em Madrid e as vendas que fazemos lá vão aguentando a feira», revelou a empresária ao Portugal Têxtil.

No balanço dos mercados geográficos, a marca está presente em Espanha, França, Reino Unido e Luxemburgo. A quota de exportação «deve andar à volta dos 30%, 20%», afirmou Sílvia Marques, sendo que as vendas estão concentradas em lojas multimarca, ou num espaço de noivos e noivas «que queiram ter criança a complementar», referiu a empresária.

Atualmente, a Ponto por Ponto não conhece «armazenistas neste segmento. Se houvesse, preferíamos vender para lá, a dois ou três, do que a 50 clientes», garantiu Sílvia Marques.

 

Com uma faturação anual de 350 mil euros, a Ponto por Ponto acredita no segmento que escolheu para operar, tendo em conta a performance das vendas face a outros produtos de um tipo mais casual.

«No pronto-a-vestir, algumas marcas colocam apontamentos de cerimónia, porque viram que há ali um nicho de mercado muito interessante. Mas aos poucos acabam por sair, porque o que se vende de cerimónia não é o mesmo do dia-a-dia e percebem que acarreta outros custos de produção, que não bate certo com as margens do pronto-a-vestir», explicou.

Para este ano, a prioridade é aumentar às vendas. «É uma batalha diária tentar vender e acompanhar o cliente. Porque se for bem acompanhado é bom para nós», admitiu Sílvia Marques.

Mais complicado mesmo é encontrar mão-de-obra especializada. «Na área da produção já tivemos 16 pessoas e agora temos 10. Há pouco tempo mudámos de cortadeira e foi uma dificuldade para arranjar. São profissões em vida de extinção», concluiu a empresária.