A aposta na sustentabilidade é bem visível na nova coleção que a Acatel está a apresentar para o outono-inverno 2020/2021. «Fizemos um acréscimo muito forte em termos de artigos que são ecologicamente amigos do ambiente – aí demos um salto muito grande comparativamente com as outras estações», revela o diretor comercial Rui Cepa.
As propostas ecológicas são também, de certa forma, uma resposta ao mercado, «que está muito focado na proteção do planeta» e, como tal, a coleção tem sido bem recebida pelos clientes, que, segundo o diretor comercial, têm ficado «agradavelmente surpreendidos com a quantidade e qualidade que temos em termos de produtos sustentáveis».
Mais do que apenas dizer, a Acatel tem procurado comprovar o seu empenho na sustentabilidade com uma série de certificações, do Oeko-Tex ao GOTS, passando pela Bluesign e a integração em plataformas como a ZDHC, para a implementação de práticas mais seguras na gestão de químicos. «Investimos fortemente em garantir e dar segurança e qualidade ao nosso produto para que o cliente se sinta confortável», explica ao Jornal Têxtil.
Além disso, a empresa tem vindo «a reduzir drasticamente todos os parâmetros de energia, água e libertação de CO2 no processo industrial», um caminho que «temos vindo e queremos continuar a fazer», garante Rui Cepa.
Capacidade produtiva em expansão
Atualmente, a capacidade produtiva diária da Acatel ronda as 30 toneladas no tingimento e preparação de malha, 35 mil metros na estamparia rotativa e 10 mil metros na estamparia digital, a que se juntam os acabamentos. Valores que estão a aumentar, com novos investimentos a serem implantados. «A empresa já investiu significativamente este ano e ainda bem que o fez, porque precisamos de aumentar a nossa capacidade de resposta para os clientes», reconhece. Com um valor superior a meio milhão de euros, a empresa adquiriu uma nova râmula de oito campos de secagem, que está a ser instalada, e um equipamento para relaxar e secar, que, além de aumentar a capacidade de resposta, «permite-nos também outro tipo de acabamentos específicos, que ainda não tínhamos», admite o diretor comercial.
Em 2018, o volume de negócios da empresa rondou os 14 milhões de euros, sendo que desses, cerca de 30% foram realizados diretamente nos mercados externos. «Neste momento, o nosso principal mercado é França – tem sido nos últimos anos e continua a ser», assume Rui Cepa. Reino Unido, Alemanha e Bélgica estão igualmente entre os principais destinos, mas há novos mercados, nomeadamente no Norte da Europa, que a empresa se encontra a explorar. «Há uma série de países, a que chamo a parte nórdica – a Dinamarca, a Finlândia, a Noruega – onde estamos a crescer bastante. Ainda não é dos principais mercados, mas está com uma taxa de crescimento interessante», confessa. Uma aposta justificada por serem países com «mais apetência pela questão da sustentabilidade», sublinha.
América é desafio
Do outro lado do Atlântico, há também oportunidades a emergir. «Estamos agora a desenvolver uma estratégia de lançamento do crescimento, porque estamos numa fase ainda muito inicial no mercado americano», acrescenta. «Trata-se de um mercado que tem uma capacidade de consumo muito alta e queremos lá entrar porque sabemos que temos espaço de crescimento sem problemas», considera Rui Cepa.
Com os primeiros oito meses a trazerem um aumento do negócio na ordem dos 15%, as expectativas são de que 2019 seja um ano de crescimento. O futuro, esse será pautado por novos desenvolvimentos, que estão a ser realizados no departamento de I&D que foi recentemente criado. «Neste momento temos uma equipa que está a procurar desenvolver novos artigos para apresentarmos ao mercado, a longo prazo, algumas inovações na área do têxtil em geral e da estamparia em particular», desvenda Rui Cepa, adiantando que os primeiros resultados deste projeto poderão ser vislumbrados «em fevereiro de 2020».