O futuro digital da Knot

A marca, pensada para as famílias, tem vindo a explorar o mundo digital, cujo ritmo crescimento supera o das lojas físicas. Apesar de Portugal ser o seu principal mercado, a expansão internacional é um dos objetivos da Knot para a segunda metade de 2019.

Carla Caetano

2020 será um ano bissexto e, como tal, para a marca infantil, isso significa que haverá mais um dia para as crianças e famílias brincarem. Foi este o ponto de partida da coleção criada a pensar na primavera-verão 2020, batizada precisamente “One more day to play”. «Com base nessa inspiração, desenvolvemos uma coleção que tem muito a ver com as brincadeiras e com os espaços onde as crianças brincam. Conta com vários temas, como o mar, a terra… Tem a ver com as brincadeiras de exterior», revela a CEO da Knot, Carla Caetano.

Com três linhas, a de recém-nascido (dos 0 aos 12 meses), a de bebé (dos 12 meses aos 2 anos) e a de crianças (dos 2 aos 10 anos), «tudo se coordena», afirma a também fundadora da marca. «Temos sempre combinações. Quando usamos os padrões dos pequeninos, depois usamos nos grandes. As cores também são muito frescas, como o amarelo limão, cor de rosa, azul…», explica ao Portugal Têxtil.

No entanto, a ideia é que também os pais usem peças a combinar, sendo a Knot uma marca familiar. «O próprio nome nasce com base isso… a ideia do nó, da segurança, que acaba por ter um duplo significado. É roupa para criança, mas não só para criança. Inclusivamente em Portugal, nas nossas lojas, temos sempre alguns apontamentos para os pais: os calções de banho, os pijamas, …. Temos sempre alguma coisa para toda a família. As temáticas que trabalhamos acabam por ser sempre bastante familiares e, neste caso, acaba por se espelhar nas temáticas das brincadeiras que também podem ser entre pais e filhos», indica Carla Caetano.

Atualmente com 15 pontos de venda próprios em Portugal, a Knot chega igualmente a mais de 100 lojas multimarca espalhadas por todo o mundo. A marca conta ainda com loja própria online e presença na Farfetch. Neste momento, prepara parcerias com outros marketplaces, como o Zalando. «Acreditamos que o nosso crescimento será muito por aí. Estamos sempre atentos a novas plataformas. Estamos ainda a trabalhar com alguns marketplaces dos EUA, com algumas parcerias para apostar mais neste universo online», adianta a CEO, que garante que o negócio online é o que, hoje em dia, mais cresce na empresa, representando atualmente 10% das vendas. «Há em Portugal, essencialmente, o crescimento das bases do online em detrimento das lojas físicas. O online cresce a um ritmo muito superior ao das lojas», assegura.

De volta aos EUA

A exportar cerca de 15% do que produz, a Knot prepara o regresso aos EUA e continua a ter Itália como um dos principais mercados. «Sendo um negócio grande, parece uma percentagem pequena, mas em volume já tem alguma expressão», admite.

Segundo a empresária, os EUA sempre foram «um dos melhores mercados da Knot, porém, tivemos um problema com o distribuidor, que acabou por nos obrigar a estar fora duas estações e, agora, voltamos. Acreditamos que passará a ser outra vez um dos nossos principais mercados. Também a Ásia, se não olharmos país a país, mas como um todo, é um mercado bastante interessante para nós. Falo de países como a China, Japão, Coreia do Sul».

Atualmente, a Knot conta com cerca de 80 trabalhadores, dos quais cerca de 50 estão distribuídos pelas suas 15 lojas.

2018 foi um ano de crescimento, com as vendas a aumentar cerca de 8%, «que teve a ver com aberturas de lojas e com crescimentos em mercados externos. Continuamos numa trajetória de crescimento», adianta Carla Caetano. Quanto à primeira metade de 2019, a CEO assume que os primeiros três meses do ano «foram mais difíceis», enquanto os seguintes foram de recuperação. «Penso que teve muito a ver com a instabilidade climatérica. Hoje em dia temos que olhar para as coleções de forma um bocadinho diferente. Se um dia é verão, no outro é inverno. Além disso, teve também a ver com a mudança da Páscoa, que é sempre uma altura muito forte, pelo menos para nós», justifica.

Para o resto do ano, Carla Caetano está confiante na expansão internacional. «Continuamos a acreditar e vamos sentindo que os nossos clientes gostam muito da marca e, portanto, continuam a comprar. Temos vindo a aumentar mercados. Este ano conquistamos três países. Voltamos aos EUA, vamos entrar na Alemanha e, ainda, na Grécia, que é um país para o qual nunca olhamos muito, mas que nos parece uma oportunidade interessante», revela. Para o crescimento internacional contribuem presenças em showrooms internacionais e em feiras como a Pitti Bimbo e a Playtime Paris, «as mais relevantes do mercado», sublinha a CEO da Knot.