O flagelo da contrafacção – Parte 1

A procura por artigos de moda de contrafacção continua a crescer a um ritmo alarmante, de acordo com o revelado num novo relatório do just-style. Entre 2005 e 2007, a contrafacção aumentou 6,6%, evidenciando um crescimento que é mais do dobro do ritmo de crescimento do mercado mundial de vestuÁrio. O estudo “Global market review of counterfeit apparel – forecasts to 2014”, refere que o vestuÁrio de desporto foi o mais afectado, com os carregamentos capturados a indicar que cerca de 20% de todas as mercadorias neste sector, que normalmente são vendidas na América do Norte, são falsificações. Apesar do agravamento das medidas anti-contrafacção, as autoridades do CanadÁ e dos Estados Unidos prevêem que a contrafacção continue elevada ao longo dos próximos seis anos. Com efeito, os analistas da indústria consideram provÁvel que a proporção de contrafacção em determinados sectores duplique ao longo do período de 2005 a 2014. Muitos consumidores estão tão ansiosos por vestir os artigos que viram nas celebridades, que ignoram as implicações da aquisição de mercadorias falsificadas. Estas implicações incluem desde o design inferior, passando pelo custo para a actividade legal, os riscos para a saúde decorrente do uso de corantes e produtos químicos perigosos até ao apoio ao crime organizado. Produção ilegal Embora não seja ilegal comprar mercadorias falsificadas na maioria dos países (excluindo a França e a ItÁlia), é ilegal fabricar este tipo de artigos, na medida em que quebra os direitos da propriedade industrial, patentes, marcas registadas e outras leis de copyright. Segundo a Câmara de Comércio Internacional em Genebra (CICG), o custo total dos artigos de contrafacção à escala mundial é de aproximadamente 650 mil milhões de dólares por ano, um valor que estÁ em constante crescimento. A maior preocupação associada com a contrafacção de vestuÁrio é provavelmente a sua relação com a actividade criminosa. Frequentemente, os produtos falsificados financiam organizações criminosas e estão relacionados com gangues e sindicatos de crime organizado em todo o mundo. Além disso, acredita-se que o terrorismo e os grupos terroristas também podem estar a financiar as suas actividades a partir da venda de mercadorias falsificadas. As perdas económicas com a contrafacção estão bem documentadas. Em 2002, 18% dos 98 milhões de dólares de produtos falsificados apreendidos pela alfândega dos EUA eram artigos relacionados com a moda. No entanto, este número aumentou para os 42 milhões de dólares em 2007. O Departamento de Segurança Interna dos EUA apreendeu 155 milhões de dólares de mercadoria falsificada em 2006, o que representa um aumento de 83% em relação a anos anteriores. Entre as apreensões incluíram-se: 77 contentores de sapatilhas Nike Air Jordan; produtos com marca de designer falsificados que se assemelhavam a artigos Prada e Reebok; um contentor de vestuÁrio Abercrombie & Fitch; e cerca de 42.900 artigos de vestuÁrio e artigos de desporto. Na segunda parte deste artigo vamos analisar as principais fontes de contrafacção, os aspectos relacionados com os hÁbitos de consumo destes artigos e as medidas de luta anti-contrafacção.