Das mais de 30 mulheres que jogaram badminton nos Jogos Olímpicos, incluindo a indiana PV Sindhu e a taiwanesa Tai Tzu Ying, cerca de dois terços optaram por vestir calções, skorts, vestidos, saias ou hijabs. «Tenho sorte de podermos usar o que quisermos», reconhece a jogadora de badminton indiana, medalhista olímpica de prata dos Jogos Olímpicos do Rio em 2016, quando derrotou Cheung Ngan Yi de Hong Kong por 21-9, 21-16, citada pela Reuters.
Soraya Aghaei Hajiagha do Irão usou um vestido, leggings e um hijab, juntamente com a treinadora, no jogo contra a chinesa He Bing Jiao. Saias e skorts foram a escolha mais popular entre as atletas, incluindo a belga Lianne Tan e a japonesa Nozomi Okuhara.
Na esperança de promover a liberdade de escolha e incentivar as mulheres a usarem o que realmente as faz sentir confortáveis, a equipa alemã de ginástica feminina usou macacões de corpo inteiro nas qualificações. No entanto, a seleção norueguesa de andebol de praia foi multada no valor de 1.500 euros por usar calções em vez de biquínis, o que segundo a European Handball Federation e a International Handball Federation prejudica a «apresentação ideal do desporto», já que as regras estabelecem que a parte inferior do biquíni tem de ter uma largura máxima de 10 centímetros e ainda um «encaixe justo e um ângulo de corte ascendente».
«Em retrospetiva, fomos pelo caminho errado, mas aprendemos com isso e os nossos patrocinadores também», explica Nora Perry, duas vezes campeã mundial e membro do conselho da BWF, cujos fornecedores incluem a Adidas e a Yonex.
A atleta, que tem mais de 75 títulos internacionais em competições individuais, revelou que na altura em que jogava, na década de 80, a moda era usar saias e vestidos.
Causas ouvidas
«Foi bom que as vozes das mulheres tenham sido ouvidas», afirma a jogadora britânica Kirsty Gilmour. «Pessoalmente, não me sinto confortável com uma saia, por isso prefiro calções curtos ou compridos. Temos sorte de não sentirmos pressão na forma como devemos ser», acrescenta Tai Tzu Ying.
«O amor e o apoio que recebi fizeram-me perceber que sou mais do que as minhas conquistas e do que a ginástica, algo em que eu nunca acreditei verdadeiramente antes», escreveu a ginasta de 24 anos numa publicação feita através do Instagram após a renúncia.