O nascimento da Huggee sincronizou-se com uma vontade de Pedro Marques, há sensivelmente um ano. À data, o empresário ambicionava criar um negócio próprio e, sem querer, a sua filha deu um empurrão.
«A minha filha tem pele atópica, por isso, sempre que lhe vestia alguma roupa que não fosse orgânica tinha uma reação horrível. Então, fiz uma investigação sobre vestuário orgânico e decidi montar um negócio. Foi de imediato, gosto de têxtil, gosto de design e o biológico faz todo o sentido para mim», conta Pedro Marques ao Portugal Têxtil.
Oferecendo uma coleção dos 0 meses aos 3 anos, todas as peças da Huggee têm certificação da Global Organic Textile Standard (GOTS).
«Só a certificação GOTS do produto final garante que todo o processo foi respeitado», sublinha Pedro Marques. «A simples referência ao algodão orgânico não garante que o processo produtivo é livre de químicos perigosos e realizado em fábricas que não exploram os trabalhadores», explica.
Recorrendo à subcontratação para todos os processos – do design em Lisboa à produção na Índia –, a coleção estreia da Huggee foi pensada para espaços interiores. «Não quer dizer que não se possa vestir no exterior, mas a ideia é “indoor” porque, durante a maior parte do tempo, as crianças estão dentro de casa», afirma. As peças estão à venda no portal de comércio eletrónico da Huggee, com o leque de preços a oscilar entre os 15 e os 50 euros.
Lado a lado com as preocupações ecológicas da Huggee caminha a solidariedade. Fruto de uma parceria com a Fundação Maria Cristina, na compra de uma peça da Huggee, a marca oferece uma refeição a uma criança com fome. A Fundação Maria Cristina ajuda crianças dos bairros desfavorecidos em Dhaka, capital do Bangladesh.
A aprender a andar pelo próprio pé nos mercados internacionais, a Huggee esteve há semanas na primeira feira internacional da especialidade, integrando a lista de expositores da Pitti Bimbo, em Florença.
«A marca está pensada e desenhada para internacionalizar, desde a raiz. O que não significa que descure o mercado português», revela Pedro Marques. Neste momento, o mercado externo representa aproximadamente «70% a 80% das vendas», sendo que Itália, França e Espanha estão em destaque no mapa da Huggee.
Depois da estreia em Florença, a Huggee rumou, entretanto, a Paris, onde participou na Playtime, tendo ainda viagens agendadas para a Bubble London e para a Indx, em Birmingham.
«Em junho e julho farei mais feiras internacionais, com certeza», adianta o fundador da Huggee.
Ainda antes, no próximo mês de fevereiro, a marca ganha um corner no El Corte Inglés, em Portugal.
«Sendo uma marca pequena e a começar, só posso estar satisfeito», reconhece Pedro Marques.