De acordo com o mais recente estudo do Materials Innovation Institute (MII), o número de empresas a investir em materiais de nova geração – que incluem alternativas a matérias-primas de origem animal – aumentou para 95 (face às 74 do estudo anterior), 55 foram criadas depois de 2014. A maior parte (41) destas 55 novas empresas trabalham na área da biomimetização de couro – como é o caso da Corkor, a única empresa portuguesa que integra a lista. No mesmo período, entre estas novas empresas, cinco trabalham em alternativas à seda, cinco em opções para a lã, quatro em novas possibilidades para substituir pelos, três na área da penugem e uma em alternativas a peles exóticas e couro, sendo que algumas trabalham em mais do que uma área.
O estudo mostra ainda que o número de marcas de moda que estão a atentar adotar materiais de nova geração tem vindo a crescer. «O MII reuniu com 40 grandes marcas de moda e todas, menos duas, estão ativamente a procurar materiais de nova geração para integrar nas suas cadeias de aprovisionamento. Com tantas opções de matérias-primas de nova geração a chegarem ao mercado, as marcas e consumidores terão, em breve, mais escolhas do que couro, lã, seda, penugem, pelo e peles exóticas de origem animal», salienta Nicole Rawling, CEO do MII.
Oportunidades de crescimento
Contudo, há barreiras à adoção destas matérias-primas alternativas, nomeadamente a sua disponibilidade em grande escala, destaca Jacqueline Kravette, administradora do MII. «A atual indústria de matérias-primas ainda não produz opções sustentáveis à escala para responder à performance, estética e exigências de preços das marcas. Quando ajudamos as marcas a aprovisionar-se com estes materiais de nova geração, encontramos muito poucas opções que respondam às especificações das marcas e aos seus objetivos de sustentabilidade. Continuamos a reiterar que a perfeição não pode ser inimiga do bom. Por outras palavras, embora não estejamos ainda na sustentabilidade a 100% do início ao fim, passar para os materiais de nova geração terá impactos ambientais significativamente positivos», afirma no estudo.
«Há oportunidades excitantes à espera de serem exploradas, aqueles que forem rápidos a adaptar-se têm a possibilidade de ter grandes benefícios financeiros ao afirmarem o seu lugar na indústria de materiais do futuro», resumem os autores do estudo, acrescentando, como conclusão, que «a colaboração é o caminho do futuro. Agora é a altura de abraçar a inovação sustentável, tanto para criar um futuro habitável na Terra como para criar um futuro próspero para a indústria dos materiais».