No centro da economia

O novo governo vai ter de apostar nas exportações têxteis para diminuir o crescente défice comercial, pelo menos a curto prazo, refere uma das entidades comerciais do país em comunicado. A anterior estratégia comercial que se focava na substituição das importações como forma de controlar o défice mostrou-se fútil numa época dominada pelo regime de comércio livre, explica a Federação das Câmaras de Comércio e Indústria do Paquistão (FCCIP) nas suas recomendações para a promoção do comércio, enviada ao Ministro do Comércio no início da semana passada. Não podemos impedir a importação de maquinaria, instrumentos de alta tecnologia, medicamentos, petróleo e artigos alimentares que não são produzidos no Paquistão», refere. Para controlar o desequilíbrio fiscal, temos de melhorar a competitividade da indústria interna». O défice comercial do país atingiu o recorde de 14 mil milhões de dólares nos primeiros nove meses (de Julho a Março) do ano fiscal de 2007/08, prejudicando a balança de pagamentos do país e causando a desvalorização da rupia que atingiu o seu nível mais baixo face ao dólar. Embora seja necessÁrio diversificar a base de produtos exportÁveis através de iniciativas políticas mais abrangentes, segundo a FCCIP, por agora o país vai ter de depender do tradicional sector têxtil, que foi muito ignorado nas anteriores políticas fiscais e monetÁrias. Os produtos têxteis, incluindo fios e tecidos de algodão, vestuÁrio em malha, roupa de cama e vestuÁrio pronto-a-vestir, são responsÁveis por 70% das receitas totais obtidas com as exportações em 2006/07, de acordo com o Banco do Paquistão. E embora as exportações têxteis tenham apresentado bons resultados no actual ano fiscal, os empresÁrios sentem que poderiam ter feito melhor com o apoio do governo. Deste modo, nas suas recomendações, a FCCIP propõe, mais uma vez, que as matérias-primas usadas na produção de artigos de valor acrescentado fiquem isentas de impostos. Em vez disso, defende a imposição de taxas sobre artigos de luxo, como automóveis e recomenda que o custo dos serviços bÁsicos (como Água e energia) diminua 25% para as indústrias orientadas para a exportação. Como alternativa para contrariar a pressão da inflação, a entidade comercial advoga o impedimento da exportação de trigo, arroz e algodão até à estimativa adequada do tamanho das colheitas e da procura estar estabilizada. O director da Ecko Textiles, Haroon Farooki afirma que o governo tem de lançar medidas de apoio para melhorar a competitividade de têxteis com maior valor acrescentado nos mercados internacionais. Cabe ao governo decidir se considera os têxteis como a espinha dorsal da economia», conclui.