À semelhança de grande parte da indústria têxtil e vestuário portuguesa, a NGS não ficou imune à conjuntura provocada pela pandemia e, em 2020, viu o seu volume de negócios recuar cerca de 10%, para um valor a rondar os 8 milhões de euros.
O ano de 2021, contudo, trouxe uma perspetiva mais positiva. «Está a correr muito bem, bastante melhor até do que antes da pandemia», confirma, ao Portugal Têxtil, o CEO Nuno Cunha e Silva, que antecipa que o volume de negócios possa ultrapassar o de 2019, que ficou acima dos 9 milhões de euros.
Uma expectativa que, ressalva Nuno Cunha e Silva, só poderá ser confirmada no final do ano. «Só sei o que vou fazer daqui a dois meses, no máximo, porque somos de resposta muito rápida», salienta o CEO.
Esse, de resto, é um dos pilares da estratégia da empresa, a que se junta igualmente a versatilidade, só conseguida por ter uma rede de fornecedores que não a limita. Daí também não avançar para a produção própria. «Temos uma variedade de tal maneira enorme que nos é impossível ter todo esse tipo de máquinas», justifica Nuno Cunha e Silva.
Já ao nível da tinturaria e acabamentos, a NGS conta com as valências da Iris, a empresa que detém juntamente com a produtora de vestuário Gabritex, onde continua a fazer investimentos «em novas máquinas» e que disponibiliza, tanto para os sócios como para terceiros, serviços de tingimento e acabamentos.
Foco na sustentabilidade e na moda
Na nova coleção da NGS, as matérias-primas naturais, como lã, seda e algodão, estão em destaque num portefólio que procura estar alinhado com a sustentabilidade, incluindo reciclados e orgânicos e até fibras alternativas. «Temos tudo isso, desde ananás a fibra de banana», refere Nuno Cunha e Silva.
França, Itália, Reino Unido e EUA são os principais mercados da NGS e aqueles que têm vindo a crescer, sendo que o CEO prefere não apontar metas para a expansão internacional, que está a ser feita com os contactos diretos com os clientes e também com o regresso à Première Vision Paris, onde marcou presença em setembro. «É o dia a dia. Vamos indo e vamos vendo», admite.
Com cerca de 100 pessoas a trabalhar na Iris e 30 na NGS, estas últimas sobretudo vocacionadas para o desenvolvimento de produto e a área comercial, Nuno Cunha e Silva assume que as principais dificuldades do negócio estão, neste momento, centradas nos aumentos dos custos com as matérias-primas e a energia. «Tem havido aumentos brutais nos preços das matérias-primas e também há falta delas», revela. Já quanto há energia, «é uma brutalidade. Pago mais em energia do que pago com o pessoal», reconhece o CEO.