NGS melhor do que em 2019

A empresa especialista no desenvolvimento de malhas sentiu na pele as restrições impostas pela pandemia em 2020, mas este ano tem sido de crescimento, estando atualmente com resultados superiores aos de 2019. Sustentabilidade, resposta rápida ao cliente e versatilidade são alguns dos trunfos em que a NGS continua a apostar.

Nuno Cunha e Silva

À semelhança de grande parte da indústria têxtil e vestuário portuguesa, a NGS não ficou imune à conjuntura provocada pela pandemia e, em 2020, viu o seu volume de negócios recuar cerca de 10%, para um valor a rondar os 8 milhões de euros.

O ano de 2021, contudo, trouxe uma perspetiva mais positiva. «Está a correr muito bem, bastante melhor até do que antes da pandemia», confirma, ao Portugal Têxtil, o CEO Nuno Cunha e Silva, que antecipa que o volume de negócios possa ultrapassar o de 2019, que ficou acima dos 9 milhões de euros.

Uma expectativa que, ressalva Nuno Cunha e Silva, só poderá ser confirmada no final do ano. «Só sei o que vou fazer daqui a dois meses, no máximo, porque somos de resposta muito rápida», salienta o CEO.

Esse, de resto, é um dos pilares da estratégia da empresa, a que se junta igualmente a versatilidade, só conseguida por ter uma rede de fornecedores que não a limita. Daí também não avançar para a produção própria. «Temos uma variedade de tal maneira enorme que nos é impossível ter todo esse tipo de máquinas», justifica Nuno Cunha e Silva.

Já ao nível da tinturaria e acabamentos, a NGS conta com as valências da Iris, a empresa que detém juntamente com a produtora de vestuário Gabritex, onde continua a fazer investimentos «em novas máquinas» e que disponibiliza, tanto para os sócios como para terceiros, serviços de tingimento e acabamentos.

Foco na sustentabilidade e na moda

Na nova coleção da NGS, as matérias-primas naturais, como lã, seda e algodão, estão em destaque num portefólio que procura estar alinhado com a sustentabilidade, incluindo reciclados e orgânicos e até fibras alternativas. «Temos tudo isso, desde ananás a fibra de banana», refere Nuno Cunha e Silva.

[©Iris]
Embora tenha, há cerca de três anos, acrescentado malhas técnicas à sua oferta, é na moda que a NGS tem o seu habitat natural. «Nascemos na moda e, para nós, a moda é muito mais importante que o desporto», confessa o CEO. O que não impede a empresa de explorar outros ambientes, como foi, mais recentemente, o caso do homewear, com propostas pensadas para «roupa confortável, que se usa muito hoje em dia», indica Nuno Cunha e Silva.

França, Itália, Reino Unido e EUA são os principais mercados da NGS e aqueles que têm vindo a crescer, sendo que o CEO prefere não apontar metas para a expansão internacional, que está a ser feita com os contactos diretos com os clientes e também com o regresso à Première Vision Paris, onde marcou presença em setembro. «É o dia a dia. Vamos indo e vamos vendo», admite.

Com cerca de 100 pessoas a trabalhar na Iris e 30 na NGS, estas últimas sobretudo vocacionadas para o desenvolvimento de produto e a área comercial, Nuno Cunha e Silva assume que as principais dificuldades do negócio estão, neste momento, centradas nos aumentos dos custos com as matérias-primas e a energia. «Tem havido aumentos brutais nos preços das matérias-primas e também há falta delas», revela. Já quanto há energia, «é uma brutalidade. Pago mais em energia do que pago com o pessoal», reconhece o CEO.