A Nextiles combina as técnicas convencionais de costura com placas de circuitos bordados para fabricar materiais flexíveis com sensores embebidos nos tecidos, como no vestuário de desporto quotidiano. Através do processo de produção patenteado, os tecidos da start-up permitem uma captação completa de parâmetros biomecânicos e biométricos através de uma única plataforma, sem pulseiras, anéis ou acessórios pesados que apenas captam dados parciais.
A empresa usa máquinas de costura tradicionais e linhas convencionais, como de poliamida ou elastano. As linhas aplicadas são semicondutoras, possibilitando a medição das alterações mecânicas a partir de múltiplos pontos de dados. A utilização destes tecidos permite recolher medidas newtonianas (força, alongamento, velocidade, pressão) para oferecer aos atletas e equipas dados como torque, energia, fadiga e força, entre outros. O tecido capta as medidas tradicionais, assim como combina os dados de força com a tecnologia IMU (direção, velocidade, distância).
«A tecnologia moderna de costura tem quase 2.000 anos, mas nas últimas décadas a indústria tem sido subvalorizada porque a nossa sociedade acredita que maximizámos a sua utilidade», afirma George Sun, CEO da Nextiles. «Contudo, na Nextiles, estamos a reacender a inovação têxtil e, mais importante, a fazer isso naquela que no passado já foi a capital mundial da costura, Nova Iorque. Uma das razões pelas quais valorizamos os tecidos face às tecnologias tradicionais de circuitos é a nossa filosofia de criar de baixo para cima – linha a linha. A nossa indústria valorizou tanto os smartphones que crescemos a ficar contentes por usá-los como relógios e pulseiras. Em vez disso, devíamos conferir esses poderes àquilo que estamos mais familiarizados. Revolucionar as nossas roupas, em vez de miniaturizar chips de computadores», explica.
Diversas aplicações
Além do dia a dia, a Nextiles vê também outras áreas de aplicação e está a trabalhar com produtores de componentes em vários negócios, como a indústria automóvel, militar e fitness. «Se pode ser cosido, pode ser inteligente. Até agora, temos vários projetos e colaborações em curso na performance desportiva, quantificando movimento, que de outra forma seria impossível, com visão de câmaras ou acelerómetros, por literalmente estarmos a rodear as complexidades 3D do movimento humano. Com isso, registamos também interesse por parte de produtores de componentes originais em aumentar a sua atual oferta ao levar os seus produtos flexíveis para o mundo da Internet das Coisas», revela o CEO da Nextiles.